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terça-feira, 21 de novembro de 2017

Ceará gera 2,9 mil vagas; 5º mês de alta consecutiva

Após a geração de 2.161 vagas formais em setembro, o mercado de trabalho cearense voltou a expandir, registrando saldo positivo de 2.918 postos de trabalho em outubro, o melhor resultado para o mês desde 2014, quando foram geradas 7.363 vagas formais. Com o resultado de outubro, o Ceará teve o seu quinto mês consecutivo de saldo de vagas formais positivos e foi o quarto melhor em geração de empregos formais do Nordeste, atrás apenas de Sergipe (5.491); Pernambuco (8.718) e Alagoas (16.393).

O saldo positivo de 2.918 vagas ajuda a reduzir o resultado negativo no acumulado do ano. De janeiro a outubro, foram 311.269 admissões contra 312.655 desligamentos (-1.386 postos formais). Em 12 meses, o saldo ficou negativo em -8.007, resultado decorrente de 365.512 admissões contra 373.519 demissões no período.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem (21) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e revelam ainda que o resultado foi impulsionado pela Indústria de Transformação, responsável pela geração de 52,4% das vagas de outubro (1.530 postos). Além desse setor, houve saldo positivo no Comércio (721); nos Serviços (467); na Construção Civil (132); Administração Pública (76) e Serviços Industriais de Utilidade Pública (8). Apenas na Agropecuária foi observado saldo negativo (-17).
Para o analista de Mercado de Trabalho do Sistema Nacional de Empregos/Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT), Mardônio Costa, os dados referentes ao mês de outubro deste ano continuam apontando para uma recuperação lenta e gradual da situação econômica. Ele destaca a importância de a indústria ter impulsionado o crescimento do número de vagas formais, já que "o setor foi um dos mais penalizados pela recessão econômica".
"A indústria foi o primeiro setor a ser atingido pelo cenário recessivo e tem se recuperado nos últimos três meses após muito tempo de saldo negativo", explica Mardônio Costa. Apesar de acreditar que a alta neste mês seja, mais uma vez, influência da melhora da situação econômica, ele destaca que os fatores sazonais também contribuem para os números positivos.
"Claro que isso é resultado, também, influenciado por fatores sazonais. Quando vai chegando o fim do ano, a gente tem essa melhora no mercado de trabalho, no caso da Indústria de Transformação, por conta da demanda que é elevada em decorrência do período", diz Costa.
Dentro do setor da indústria, entre os segmentos de destaque na geração de empregos formais no mercado cearense foram a indústria do papel, papelão, editorial e gráfica; de material de transporte; de madeira e mobiliário; têxtil; de calçados e de alimentação e bebidas. "Nós tivemos quatro setores industriais com saldo negativo e outros oito com saldo positivo", frisa o analista de Mercado de Trabalho do Sine/IDT. Diante dos resultados dos últimos meses até outubro e do contexto econômico como um todo, Mardônio detalha que o cenário que se desenha para o mercado de trabalho em 2018 é melhor do que o vivido neste ano de 2017, apesar de deixar claro que se trata de uma recuperação "lenta e gradual".
"As expectativas (para 2018) são um pouco mais favoráveis, no sentido de que teremos um 2018 com contexto econômico mais positivo, com um nível de confiança maior, uma inflação sob controle e taxas de juros em queda. É um cenário que dá mais previsibilidade à economia", diz Mardônio Costa.
Apesar dos pontos positivos que apontam para um ano com um mercado de trabalho mais aquecido que em 2017, Mardônio explica que é importante levar em consideração que a reforma trabalhista, já em vigor, irá ter impacto sobre o mercado de trabalho.
"Nós temos aí uma nova legislação trabalhista e ela vai ter um impacto sobre esses números, então nós ainda vamos ver se ela vai contribuir ou não para a geração de emprego, mas a gente espera uma realidade melhor do que a observada em 2017", conclui o analista de Mercado de Trabalho do Sine/IDT.
Municípios
Com saldo positivo de 34 vagas, o município cearense de Santana do Acaraú teve o maior crescimento em geração de postos formais. Foram 44 admissões com carteira assinada contra 10 demissões, expansão de 9,44%. Outros municípios que tiveram as principais variações positivas das vagas formais foram Morada Nova (8,43%); Cascavel (2,87%); Amontada (2,58%) e Beberibe (2,04%). Em Fortaleza, foram 18.502 admissões contra 17.587 em outubro, saldo positivo de 915 vagas (0,14%).
Brasil
O saldo de empregos formais no Brasil atingiu o melhor resultado deste ano, com a abertura de 76.599 novas vagas no mês de outubro. O número decorre de 1.187.819 admissões e 1.111.220 demissões no mês passado. Este foi o oitavo saldo positivo de 2017 e o sétimo consecutivo no ano, elevando o acumulado desde janeiro para 302.189 novos postos.
Também foi o melhor resultado do mês de outubro desde 2013, quando o Caged registrou saldo de 94,8 mil empregos. O saldo de outubro representa um crescimento de 0,20% em relação ao estoque de empregos celetistas do mês anterior.
No acumulado de janeiro a setembro, a alta é de 0,79% sobre o estoque de dezembro de 2016. O saldo de outubro também teve impacto positivo sobre o acumulado dos últimos 12 meses, que ainda ficou em -294.305.
O presidente Michel Temer usou as redes sociais para comentar os dados do Caged. "O Brasil está no caminho certo. O número de empregos criados só aumenta. Atingimos o melhor resultado do ano em outubro. E o melhor outubro desde 2013", disse o presidente.
Durante coletiva de imprensa para a apresentação dos dados do Caged, o ministro do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, que a regulamentação na nova lei trabalhista de algumas atividades, como o teletrabalho, o trabalho intermitente e a jornada parcial, vai propiciar a geração de 2 milhões de novos empregos nesses setores nos anos de 2018 e 2019.

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