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terça-feira, 22 de agosto de 2017

182 mil ainda não foram vacinados contra o HPV

A baixa adesão à vacina contra o papilomavírus humano (HPV) por parte do público masculino evidencia a falta de interesse da população jovem em busca de recursos de saúde. Atualmente, o Ceará está abaixo da cobertura vacinal contra a doença. Ainda faltam cerca de 182 mil homens, da faixa etária entre 11 e 14 anos, tomarem a vacina. Conforme dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), apenas 9,45% dos 201.496 homens da faixa etária receberam a primeira dose, com 19.045 doses aplicadas, e em 0,28% para a segunda dose - tomada seis meses após a primeira - com 578 doses aplicadas. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é a imunização de 80% dos jovens do sexo masculino para 2017.

Disponibilizada só a partir deste ano para pessoas do sexo masculino, a vacina possibilita a prevenção da ocorrência dos cânceres de pênis, ânus, orofaringe e de 98% das verrugas genitais. Para as mulheres, a situação é mais favorável em âmbito regional. Os dados mostram que, no Ceará, as 500.661 meninas de 9 a 14 anos, que já eram vacinadas em anos anteriores, estão com cobertura de 79,52% para a primeira dose, com 398.155 doses aplicadas a partir de 2014, e de 53,81% para a segunda dose, com 269.413 doses.
Panorama
De acordo com Ana Vilma Leite, coordenadora de imunização da Sesa, o preconceito não é fator determinante para o índice e que é necessário aguardar cerca de seis meses após a ampliação da faixa etária para ter um real panorama da situação de cobertura vacinal. "Ainda não é possível ter real noção da situação porque não deu tempo de fechar os esquemas da cobertura vacinal. Existe toda uma mobilização e nem todos os municípios tiveram condições de instalar em janeiro, além de que, até junho, só estavam vacinando de 12 e 13 anos", explica.
A coordenadora explica que, quando instaurada no Brasil, o foco do Ministério da Saúde era o combate ao câncer de colo de útero, considerando o alto índice de mortes causadas pela doença, mas que sempre foi discutida a possibilidade de ampliação para os meninos. A médica ressalta, também, a importância de convênios entre os órgãos de saúde e escolas para que os jovens possam obter a vacina de modo mais prático.
"Esse grupo não têm o hábito de ir na unidade de saúde. Nós acreditamos que se formos para as escolas, teremos uma adesão grande. Quando a vacina foi implementada para as meninas, o Estado alcançou o 5º lugar de melhor vacinação, mas quando alguns municípios deixaram de acompanhar nas escolas, tivemos uma queda considerável", aponta Ana Vilma.
Mobilização
Ações do Governo tentam reforçar a importância da imunização. Na última sexta-feira (18), a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) promoveu uma mobilização para intensificar a vacinação na Arena Marco Zero, localizada na Barra do Ceará. Durante a manhã da ação, foram aplicadas 104 vacinas.
Outra ampliação, de caráter temporário, foi aprovada na última quinta-feira (17), permitindo que homens e mulheres, entre 15 e 26 anos, possam se vacinar. A medida é válida apenas para os municípios que ainda tenham vacinas em estoque, com prazo de validade até setembro de 2017.
Fortaleza não participará da ampliação, pois os lotes disponíveis no município são de vencimento para os anos de 2018 e 2019. Após o fim deste estoque, a orientação do Ministério da Saúde é que a vacina continue sendo administrada apenas no público-alvo já determinado. No entanto, quem tomou a primeira dose terá as demais doses a serem tomadas garantidas.
De acordo com a coordenadora da Sesa Ana Vilma Leite, os índices de vacinação também poderão crescer e as faixas ampliadas após o Brasil assumir a responsabilidade de produzir as vacinas. Atualmente, o País adquire o material de laboratórios estrangeiros, mas que a prática só poderá ser utilizada até 2019, cinco anos após da inserção da vacina no calendário de vacinação do Ministério da Saúde. (Colaborou Fabrício Paiva)

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