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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Temer terá de driblar Janot, STF e delações

São Paulo. O Palácio do Planalto e a base aliada já se preparam para enfrentar a denúncia a ser apresentada até o próximo dia 19 pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer: querem uma tramitação rápida. O plano é tentar garantir um placar de mais de 200 votos para barrar autorização da Câmara para abertura de processo. Aliados de Temer gostariam de "liquidar" o assunto entre uma semana e dez dias, encurtando os prazos regimentais.

A estratégia pós-TSE ou anti-Janot, como está sendo chamada a atual fase da crise política, começou a ser traçada mesmo antes do resultado que absolveu a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Aliados do presidente dizem que a própria Câmara não quer ficar refém da agenda do Ministério Público. Parlamentares querem resolver tudo bem antes do recesso de julho, que começa na metade do mês.
A avaliação entre os aliados é que Temer ganhou uma sobrevida com a decisão favorável do TSE e que é preciso aproveitar esse fôlego para manter apoios. Integrante do QG de Temer na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) disse que o ideal é resolver rápido o assunto.
"Nem o presidente Temer vai usar as 10 sessões para apresentar sua defesa. Se a denúncia for mesmo apresentada dia 19, a defesa será apresentada até dia 23", previu Beto Mansur.
Na mesma linha, o líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), disse que é preciso dar uma resposta rápida à própria denúncia, ou seja, aos questionamentos que serão feitos por Janot a Temer.
STF
Pelas regras constitucionais e regimentais da Câmara, a denúncia é encaminhada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em seguida, ele encaminha o caso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde será a primeira batalha do governo. Na CCJ, a ideia é trocar deputados de partidos aliados que possam votar contra Temer e escolher a dedo um relator de confiança. Aliado de Temer, Rodrigo Maia já se apressou em dizer que dará a tramitação regimental à eventual denúncia do Ministério Público.
Em outra frente de articulação do governo, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, telefonou, no sábado à noite, para o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, na tentativa de assegurar que o governo não havia determinado espionagem alguma contra ele.
Novas delações
Há também entre auxiliares do Planalto o temor de que uma nova safra de delações premiadas volte a sacudir o governo.
As atenções se voltam para os próximos passos de antigos homens de confiança de Temer, atualmente presos e interessados em abreviar o tempo na cadeia: o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-ministro do Turismo, o ex-assessor especial da Presidência, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), e o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador dos esquemas de propina do PMDB.

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