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quinta-feira, 8 de junho de 2017

Temer admite que usou avião de Joesley em 2011

Brasília. O presidente Michel Temer mudou posicionamento oficial, ontem, e disse que utilizou aeronave particular, em 2011, para deslocar sua família a Comandatuba, na Bahia.
Em nota, o peemedebista ressaltou, no entanto, que "não sabia a quem pertencia a aeronave" e que "não fez pagamento pelo serviço" de transporte.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), o empresário Joesley Batista afirmou que o presidente e a primeira-dama Marcela Temer viajaram em jato particular do executivo da JBS quando o peemedebista era vice-presidente.
Na terça-feira (6), no entanto, o Palácio do Planalto havia dito que, em 2011, Temer viajou em uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) para a Bahia.
Perguntada pela reportagem, a Secretaria de Comunicação Social afirmou não ter registro de "viagem do então vice-presidente Michel Temer em avião particular do empresário Joesley Batista". A PGR pretende oficializar os dados informados pelo empresário nos autos do processo para apurar se a viagem ocorreu e como a informação será usada no inquérito sobre Temer.
Proximidade
O objetivo do empresário foi demonstrar que tinha uma relação de proximidade com o presidente, diferentemente do que o peemedebista tem afirmado.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Temer reconheceu que conhecia o executivo antes da conversa que tiveram no Palácio do Jaburu, em março deste ano, mas disse que ele é um "falastrão", "uma pessoa que se jacta de eventuais influências". No encontro no Palácio do Jaburu, o executivo gravou o presidente em diálogo no qual é tratada a solução de "pendências" com o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no rastro da Operação Lava-Jato.
O peemedebista ouviu do empresário que ele havia "zerado as pendências" com Cunha, no que sugere a compra do silêncio do ex-deputado, segundo a PGR.
O conteúdo da gravação baseou parte do pedido de abertura de inquérito apresentado contra o presidente pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e que foi autorizado pelo relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin.
O áudio é questionado pela defesa do peemedebista, para quem houve fraudes e cortes. A Polícia Federal realiza uma perícia para avaliar se houve modificações na gravação.
Flores
Ao entregar à Procuradoria-Geral da República registros de diário de bordo da aeronave usada pelo então vice-presidente Temer para viajar com Marcela Temer a Comandatuba, em janeiro de 2011, o empresário Joesley Batista contou aos procuradores ter recebido uma ligação do próprio Temer para perguntar sobre o envio de flores à aeronave e agradecer pelo agrado.
Joesley contou ter enviado flores para enfeitar a aeronave que seria usada pela família Temer para retornar a São Paulo, o que teria deixado o então vice-presidente com ciúmes. Segundo ele, para evitar o mal estar com o vice-presidente, o comandante da aeronave teria dito que este era um presente da mãe de Joesley, e não do empresário.

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