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quarta-feira, 8 de março de 2017

Barcos irregulares já atracaram outras vezes

A presença de embarcações suspeitas próximo à Praia de Parajuru, em Beberibe, já era motivo de denúncias por parte dos moradores do local há, pelo menos, seis meses. Sabendo desta informação, a Polícia observava a movimentação no entorno, quando na madrugada da segunda-feira (6), localizou uma carga contrabandeada em processo de descarregamento e deteve três suspeitos, incluindo um policial.

O barco, que trazia a mercadoria, proveniente do continente africano, encalhou em um banco de areia e a Polícia o interceptou. A operação desencadeada pela Coordenadoria de Inteligência (Coin), Polícia Civil e BPChoque da PM resultou na apreensão de 2,7 mil caixas de cigarro. Pelo menos, 300 caixas estavam na etapa final de transporte em um caminhão, mas 2,4 mil ainda estavam no barco.
O trio detido foi encontrado em uma fazenda de criação de camarão próximo ao local onde a carga foi apreendida. Na fazenda foram capturados Jorge Wagner Pereira Guedes, 44; e o policial civil, Marcelo Cacau Xavier, 44, que era lotado no 2ºDP (Aldeota). De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), no momento, a dupla estava em um veículo Toyota Corolla, blindado, que também foi apreendido.
O terceiro envolvido foi identificado como Jefferson Viegas Quaresma, de 34 anos, que tentou se esconder em um mangue. Jefferson Quaresma seria o responsável por transportar o material ilícito. A Polícia trabalha com a hipótese de que o real dono dos itens é um estrangeiro, já que a embarcação teria feito uma parada em Trindade e Tobago, país do Caribe.
Segundo a delegada da Polícia Federal, Fernanda Coutinho, os suspeitos Jorge Wagner Pereira Guedes e Jefferson Viegas Quaresma podem responder por formação de quadrilha, contrabando e corrupção passiva. "Faremos uma perícia para saber o valor total da carga. Além dos que foram detidos, já sabemos que outros participavam e conseguiram fugir.
Não sabemos quantos, mas alguns deles estavam no local e se evadiram. Todos os detidos foram capturados do lado de fora da embarcação", afirmou a delegada da PF.
Policial
O inspetor de Polícia Civil Marcelo Cacau Xavier teria ido no veículo blindado de Fortaleza até à Praia de Parajuru, em companhia de Jorge Wagner Pereira Guedes, que afirma ser empresário do ramo de postos de combustível e disse morar no bairro Messejana. Para as autoridades, o empresário seria, na verdade, o intermediário responsável pelo contato entre os 'piratas' e o dono da mercadoria.
"O papel que o policial civil desempenha no esquema é algo a ser apurado detalhadamente pelas autoridades. Ele ainda deve responder a um processo administrativo, que tramita independente da apuração criminal", afirmou Fernanda Coutinho ao lembrar que o celular do inspetor foi recolhido para que seja feita análise nas ligações recebidas e feitas por ele.
Além das sanções administrativas, o policial poderá ser responsabilizado criminalmente por formação de quadrilha, contrabando e corrupção ativa.
Interestadual
O secretário da SSPDS, André Costa, afirmou que também foram apreendidos dois caminhões e uma carreta. Os caminhões têm placas do Pará e Amazonas, já a carreta é de Fortaleza. As placas interestaduais, junto aos primeiros depoimentos colhidos revelam a possibilidade de parte da mercadoria ter como destino final o Estado do Pará.
"Uma dessas pessoas detidas é oriunda do Pará. Ela afirmou que parte dessa carga era destinada a seu Estado. É um crime federal, tudo foi lavrado", ressaltou o titular da Pasta.
Ainda em depoimento, um dos envolvidos afirmou que Jefferson Viegas é o responsável pelo transporte da carga e recebia R$ 70 por cada caixa conduzida, o que totaliza, aproximadamente, R$ 200 mil pelo traslado das 2,7 mil caixas de cigarro sem notas fiscais que ele transportava, somente desta vez.
De acordo com a SSPDS, ainda foram apreendidos cheques, uma espingarda calibre 12 e um veículo Toyota Hilux, de cor branca. A embarcação também permanece sob poder da Polícia, e deve atracar, no Porto do Mucuripe, em Fortaleza, hoje, escoltada por policiais.
Piratas
O comandante da PM de Beberibe, capitão Rivelino Veiga, disse que a operação realizada na área é de alta complexidade e que ainda deve continuar, para evitar novas atracações.

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