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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

NE: agricultura deve reduzir alta do desemprego

São Paulo. O Nordeste, que atualmente apresenta a pior taxa de desemprego do País, de 14,1%, deve ter um recuo bem menor na população ocupada do que o esperado para este ano por conta da recuperação agrícola. Pelos cálculos realizados pela Tendências Consultoria Integrada, a queda da população ocupada em 2016 no Nordeste deve ser de 4,3% e, no ano que vem, deve mostrar retração de 0,8%.

"O número de ocupados no Nordeste registrou declínio muito mais intenso que as outras regiões do País neste ano", afirma a economista da consultoria Camila Saito. Segundo ela, um dos fatores que podem explicar essa retração acentuada é a seca que acometeu o território nordestino, devastando as safras agrícolas, principalmente na região do Mapitoba, que compreende os Estados de Maranhão, Piauí, Tocantins (no Norte) e Bahia.
Mas é justamente a agropecuária que deve impulsionar o avanço econômico da Região em 2017, possibilitando que a situação do emprego pare de piorar. De acordo com a economista, o Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do Nordeste deve cair 20,5% este ano e subir 9% no ano que vem. Para o PIB da agropecuária no Brasil, a expectativa é de queda de 6,6% em 2016 e de alta de 3,0% em 2017, o maior porcentual entre os setores. Mas Camila reforça que a taxa de desemprego do Nordeste deve continuar piorando entre 2016 e 2017, passando para uma taxa de 14,2%.
Outras regiões
O mesmo deve ocorrer com o Centro-Oeste, que também sofreu com a quebras das safras este ano, embora de forma menos intensa que o Nordeste. No ano que vem, o PIB regional deve ter alta de 1,2%, impulsionado por esta retomada da agropecuária, possibilitando que o recuo no número de ocupados passe de 0,8% para 0,5%, segundo previsão da Consultoria Tendências. Já o desemprego médio deve atingir 11,6%.
Por outro lado, a região Sul deve continuar o movimento de deterioração do mercado de trabalho em 2017. Embora seja a única região com taxa de desemprego em um dígito atualmente, com 7,9% no terceiro trimestre, a região também será exceção, mas pelo motivo oposto: vai acelerar o ritmo de contração da população ocupada. Segundo Camila, o recuo médio deve passar de 0,9% para 1,5%.
Os números refletem a expectativa de Camila de que o PIB sulista continue fraco em 2017, com crescimento de 0,3%, abaixo da média prevista para o País. A taxa de desemprego média local deve atingir 10,1% em 2017.
Abaixo da média
O Sudeste, região do País com maior dinamismo econômico, também deve crescer abaixo da média nacional em 2017, conforme Camila, que estima 0,4% para o PIB da região. Embora, a indústria deva se recuperar no ano que vem, a economista considera que o alto nível de ociosidade e a baixa produtividade atual da mão de obra empregada devem impedir o impulso no emprego instantaneamente. "Isso só deve ficar mais nítido em 2018", completa Camila que prevê taxa de desocupação em 13,9% em 2017 na região.
Norte terá melhor resultado
O Norte deve ter melhor resultado de emprego em 2017, com um avanço médio de 0,6% na população ocupada no ano que vem ante queda de 1,77% neste ano. Além disso, embora o aspecto de defasagem entre emprego e atividade econômica conduza o desemprego médio de 2017 a um nível mais alto que o de 2016, deve haver desaceleração no ritmo de alta no Norte do País, afirma Camila Saito.

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