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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Produtores de camarão lutam contra mancha branca

Icapuí. A adoção de uma gestão de recursos financeiros e administrativos mais eficiente tem sido a salvação de produtores da Associação dos Criadores de Camarão de Icapuí (ACCI), no Litoral Leste cearense. Os recursos estão sendo usados para enfrentar a mancha branca, doença que esta dizimando fazendas de camarão no Estado.O fechamento de fazendas e a alta no desemprego, ligada à produção e a proliferação desses casos no litoral cearense, têm deixado os criadores apreensivos. "Essa doença se espalha rapidamente e causa perdas de hectares de criadouros de camarão do dia para a noite. 

Os prejuízos são imediatos", conta o presidente da ACCI, Edson Barreto. A doença já atingiu uma pequena parte da uma fazenda, que ao todo possui 233.000 m³ e é mantida por 20 sócios. Este é um dos poucos casos registrados na região onde carcinicultores têm conseguido continuar produzindo.
"Pela primeira vez, essa doença está atingindo o município de Icapuí. Temos o conhecimento de fazendas aqui próximas onde as perdas foram totais e a produção não consegue se reerguer devido aos inúmeros prejuízos e a falta de recursos para adotar as medidas necessárias para lidar com esse problema".
Barreto atribui que a boa situação da Associação frente a outras realidades é resultado de uma política interna de gestão igualitária dos recursos financeiros e administrativos, implantada em 2010. "Desde o início da associação, fundada em 1998, temos uma política de divisão igualitária do lucro. Todos ganham igualmente, desde o presidente ao vigia, incluindo também a coletividade das decisões para o crescimento da fazenda".
Reserva
Já no ano de 2010, a associação adotou uma prática de reserva estratégica, em que 50% do lucro líquido da venda do camarão seria revertido em uma conta para assegurar aporte financeiros para investimentos futuros e os demais 50% do lucro divididos igualmente entre todos os associados. O presidente ressalta que a partir daí, a associação começou a ter "pé o chão" financeiramente.
No entanto, o que seria para garantir novos investimentos com a modernização da fazenda, a reserva esta sendo usado para lidar com a doença. Mesmo tendo sido acometida pelo vírus e contabilizado perdas, a segurança financeira permite que a associação continue gerando trabalho e renda.
"Temos tomado medidas para evitar danos maiores. Estamos realizando o tratamento do solo, diminuindo a densidade estocada de camarão de 40 unidades para 15 unidades por metro quadrado, e isso faz com que os parâmetros da água fiquem melhores e o camarão mais resistente", conta o carcinicultor.
Aumento
Apesar das perdas, Barreto conta que o preço do camarão aumentou consideravelmente, devido a baixa oferta da produção cearense. Ele ressalta que, há cerca de dois meses, o camarão oito gramas, que era vendido R$ 9,00, o quilo, passou a ser comercializado por R$ 16,00. "Mesmo com o preço nas nuvens e sendo um grande atrativo, é preciso investimentos altos na produção". O produto da ACCI é vendido para Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.
O registro do vírus da mancha branca no Ceará foi identificado pelo Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federa do Ceará (UFC) no ano de 2005. Nos últimos anos, a produção de camarão cresceu no Estado pelo fato do problema ser considerado extinto. Entretanto, este ano, a doença tem sido responsável pelo fechamento de fazendas nos municípios de Aracati e Icapuí no Litoral Leste.

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