Seja bem vindo...

Páginas

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Vacina contra dengue testada no CE pode ser comercializada

Pacientes do Ceará participaram das fases iniciais dos testes da primeira vacina contra a dengue autorizada, nesta semana, a ser comercializada no Brasil. A imunização é pioneira no mundo e foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2015, após 20 anos de pesquisa e a comprovação de sua efetividade. Ao todo 3,5 mil pacientes participaram do teste no País, destes 599 são cearenses. A dose protege contra os quatro sorotipos de dengue que circulam no Estado. Sobre a venda para o Ceará, a farmacêutica francesa criadora da prevenção, informou que até o momento não existe nada fechado com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).


O Paraná será o primeiro Estado das Américas a vacinar contra a dengue. Ao todo, o governo paranaense vai adquirir 500 mil doses. A imunização ocorre por meio de um vírus atenuado, porém cultivado em condições adversas, de forma que ele perde a capacidade de provocar a doença. O método preventivo é feito com a estrutura do vírus da imunização da febre amarela. "São retirados da dose da febre amarela dois componentes que geram a proteção e colocam nesses espaços essas partes mais importantes de cada um dos vírus da dengue tipo 1, 2, 3 e 4". A imunização tem três doses, com intervalo de seis meses, por via subcutânea. Segundo a diretora médica da farmacêutica Sanofi Pasteur, Sheila Homsani, "o Ceará possui um Centro de estudos da nossa empresa em Fortaleza. Pacientes participaram da fase três do estudo. O teste ajudou a determinar a eficácia da vacina. Além de terem participado da fase ativa desse estudo, médicos cearenses estão acompanhado todos os indivíduos", destacou a profissional. Quanto às vacinas para outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, zika e chikungunya, o laboratório ainda segue estudando os vírus, mas avalia que brevemente também deverá lançar imunizações.

Alguns profissionais da saúde divergem opiniões quanto ao nível de proteção das doses. Apesar disso, a médica infectologista Rosana Richtmann, membro do grupo de especialistas que acompanha os estudos, aponta que as avaliações clínicas demonstram que a imunização foi capaz de reduzir em 60,8% de casos, o que mostra o bom índice de proteção. "Em estudo, feito com mais de 10 mil voluntários da Ásia, a vacina conseguiu reduzir em 56% o número de casos. Uma análise combinada dos testes clínicos na Ásia e na América Latina, concluiu que a vacina é mais eficaz a partir dos 9 anos. A partir dessa idade, a vacina é capaz de proteger até 66% dos indivíduos contra a dengue".
A imunização no Brasil, produzida pela empresa Sanofi, vai custar entre R$ 132,76 e R$ 138,53. Essa é a variação do teto do Preço Fábrica (PF), com o qual este produto poderá ser comercializado nas diferentes alíquotas do ICMS vigentes no Brasil. O valor foi definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Para o imunologista José Geraldo Leite Ribeiro, do grupo de especialistas da farmacêutica francesa, o valor deve sofrer alterações por parte das unidades de saúde em cada região. "Esse valor não é o que irá chegar à população, pois as clínicas ainda devem embutir os valores como a administração da vacina e acondicionamento, entre outros serviços. Esse valor é o de mercado passado para o setor privado".
Secretaria
A Secretaria da Saúde do Estado informou, por meio de nota, que "não houve contato de indústria internacional com a Sesa para comercialização de vacinas". Ainda segundo o comunicado "o fluxo é: Ministério da Saúde, que distribui para os Estados, que distribui para os municípios". Por fim, a Pasta diz que o Estado aguarda com expectativas resultados de produção, na esfera pública, de vacinas contra dengue, como a que está em teste na Universidade Federal do Ceará (UFC), elaborada pelo Instituto Butantan. (O repórter viajou a convite da Sanofi Pasteur)

Nenhum comentário:

Postar um comentário