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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Culturas de frutas irrigadas sofrem com falta d'água

Tianguá. O assentamento Valparaíso, localizado a 20Km da sede deste Município, na Serra da Ibiapaba e que hoje abriga pouco mais de 500 pessoas, vive um dos seus piores momentos em termos de oferta de água para a irrigação, desde sua fundação, há 28 anos. Além disso, a comunidade ainda enfrenta falta de mão de obra. O que pode afetar a produção de cerca de 70 mil quilos de acerola por mês, fornecida à empresa americana Nutrilite, que comercializa vitaminas e suplementos alimentares para todo o mundo.

O assentamento ocupa uma área total de 1.880 hectares, com 85 deles voltados ao cultivo de frutas. O maracujá também tem espaço na irrigação para comercialização na Serra da Ibiapaba e outros Estados do Nordeste, como Maranhão e Piauí. Desde janeiro deste ano, quando foi decido em reunião do Comitê de Bacias da Ibiapaba, que a oferta de água para todos os irrigantes da Serra seria paralisada, permanecendo o fornecimento para consumo humano, a vida das famílias de Valparaíso e de grande parte da região tem mudado completamente.
Por estarem sem a principal atividade de sustento das famílias, por falta de água, filhos de agricultores têm deixado o lugar em busca de oferta de trabalho. Resistente, o pequeno agricultor Luiz Salvino Neto, reduziu 70% do plantio da fruta dentro dos dois hectares que possui, para não perder a produção por completo. Ao longo dos meses, a seca varreu os três mil pés de maracujá que ele cultivava, deixando para trás um emaranhado de galhos retorcidos e frutos ressecados, que hoje tomam conta da paisagem do lugar.
Completamente seco, o reservatório de abastecimento do sistema irrigado de Valparaíso, com capacidade para 1,2 milhão de litros de água, não recebe recarga do Açude Jaburu desde o início do ano. O manancial, construído em 1983, entre os municípios de Tianguá e Ubajara, é responsável por toda a oferta de água da Serra da Ibiapaba, ou seja, cerca de 320 mil habitantes, distribuídos em nove municípios, dependem diretamente desse fornecimento.
Abaixo-assinado
O gestor ambiental Paulo Sérgio Lima Furtado, que faz parte do movimento S.O.S. Jaburu, criado por moradores de vários municípios para acompanhar as ações relacionadas ao reservatório, diz que muitos irrigantes desrespeitam o pactuado com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), na última reunião, e continuem retirado água do açude. O grupo coleta nomes para um abaixo-assinado em busca de solução.
Segundo a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), atualmente a Estação de Tratamento de Água Jaburu, situada às margens do açude, possui uma vazão média de captação em torno de 858 m³/h, sendo responsável pelo abastecimento de sete cidades, na Serra. Para minimizar o impacto sobre a utilização dos recursos do Jaburu, a Cogerh segue com a campanha de conscientização do uso do recurso, pela população, enfatizando a melhor maneira de se economizar a água.

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