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quarta-feira, 9 de março de 2016

2016 será a passagem para algo melhor, diz economista

São Paulo. No ano classificado pelo economista chefe do Bradesco, Octavio de Barros, como "a passagem para uma coisa melhor", a Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviço (Abecs) também enxerga oportunidades e projeta até um crescimento nominal de 6,5%, segundo o presidente da instituição e vice-presidente do Bradesco, Marcelo Noronha. No último ano, as transações desse modelo de pagamento chegaram a R$ 1,06 trilhão, do qual os consumidores nordestinos foram responsáveis por R$ 143,1 bilhões - terceiro maior montante, atrás de Sudeste (644,6 bilhões) e Sul (R$ 155,8 bilhões) e à frente de Centro-Oeste (R$ 83,3 bilhões) e Norte (R$ 38,1 bilhões).

O desempenho, segundo analisa Noronha, deve-se à Região possuir uma das maiores penetrabilidades do setor no País, ancorada pelo processo de bancarização promovido. "Essa inclusão financeira é um tema que passou pelos bancos, pelo setor com cartão de crédito e nos últimos 15 anos foi colossal", argumenta. Ele cita como principais motivos para o desempenho a expansão do correspondente bancário, a chegada do cartão de crédito e débito, "promovido pelos próprios bancos", e também a atuação dos lojistas, "que criaram private label local (cartões de crédito das lojas)".
Sem imunidade à crise
Mas todos os ganhos e a margem de crescimento ainda disponível apontada pelo executivo não passaram incólumes pela crise dos dois últimos anos.
Conforme o balanço do valor transacionado no Brasil em 2015 divulgado ontem durante a 10º Congresso Nacional dos Meios Eletrônicos de Pagamento (Cmep), em São Paulo, o Nordeste obteve um crescimento nominal de 8,4%, enquanto Norte saltou 10,5%, Centro-Oeste teve 10,5%, Sul registrou 9,1% e Sudeste cresceu 8,7%.
Poder aquisitivo
"Nos últimos anos, o Nordeste teve crescimentos superiores a grande parte das outras regiões. Por quê? As pessoas ganharam poder aquisitivo. Agora, quando bate o desemprego, a Região acaba sendo um pouco mais afetada do que as outras", presume Marcelo Noronha.
'Mais afeitos ao crédito'
Perguntado sobre as características do consumidor nordestino, o presidente da Abecs afirmou que a pesquisa elaborada pela instituição, em parceria com o Datafolha, indica que as classes sociais no Nordeste têm mesmo comportamento das demais e apontou apenas para uma questão: "no caso do Sul, por exemplo, o usuário de cartões é conservador, usa mais o débito que o crédito. No Nordeste, ele é mais afeito ao cartão de crédito, usa o parcelado, a penetração local é maior e tem grande volume capturado", assinala.
Em 2015, o pagamento de produtos e serviços na modalidade crédito chegou a R$ 99 bilhões no Nordeste - segundo maior volume do País, atrás apenas do Sudeste (R$ 410,5 bilhões) e mais de R$ 10 bilhões a frente do terceiro colocado, o Sul (R$ 87,9 bilhões). Enquanto que, na modalidade débito, o consumidor nordestino movimentou o terceiro maior volume (R$ 44,1 bilhões), atrás do Sudeste (R$ 234,2 bilhões) e Sul (R$ 67,9 bilhões).
Consumo das famílias
Ao afirmar que o setor de cartões, atualmente, visa a penetração em estabelecimentos médicos e de ensino, o presidente da Abecs destacou a participação do chamado dinheiro de plástico no consumo das famílias brasileiras, que chegou a 30,5% ao longo de 2015.
"Segundo a nossa pesquisa, 95% dos consumidores usam o cartão de crédito ou débito todo mês; 48% usa um dia na semana; e 67% parcela a compra sem juros todo mês", destaca.
Sobre a estratégia de uso dos cartões, Marcelo Noronha ainda atribui o auxílio dos lojistas que, hoje, para alavancar as vendas precisam fundamentalmente deste tipo de pagamento. Para o executivo, "só desconto não desencalha mais o estoque". "Se o lojista der só o desconto, as vendas dele continuam como estão. O consumidor está seletivo. Ele analisa muito antes de comprar. Então, o lojista precisa dar o desconto e parcelar a compra sem juros para conseguir aumentar as vendas", afirma.
*O jornalista viajou a São Paulo a convite da Abecs

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