A exploração terrestre de petróleo em território cearense, que sempre
foi muito maior do que a marítima, apresentou recuo considerável ao longo da
última década, revelam dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) e da própria Petrobras. Atualmente, por exemplo, o Estado
conta com 261 poços produtores na área terrestre, um número 31,6% inferior ao
registrado em 2005, quando o Ceará possuía 382. Em números reais, são 121 poços
a menos.
Conforme a Petrobras, o Estado conta com 46 poços em produção na área
marítima, praticamente uma instabilidade ante os dados de 2005, quando tinha 47
poços em atividade. Apesar do número ser bem menor que em terra, a produção via
mar é quase quatro vezes maior, revela a estatal. "O Ceará conta com a
produção de 6.144 barris de óleo equivalente (boe) na área marítima e outros
1.603 boe na área terrestre", diz a empresa.
Questionada se pretendia expandir a quantidade de poços perfurados no
Ceará neste ano, a estatal não deu sinais de que tem planos para tal.
"Para 2016, em função do cenário atual, a Petrobras está avaliando seu
portfólio e adequando novas perfurações à economicidade dos projetos",
conta, em nota.
Segundo a ANP, o Estado chegou a ter 495 poços terrestres em plena
produção no ano de 2008, mas esse número foi caindo gradativamente ao longo dos
anos. No mar, o maior número da última década foi registrado em 2007, quando 53
poços eram explorados no Ceará.
Principais campos
Segundo a ANP, o principal campo produtor do Ceará é o de Xaréu,
localizado na porção centro-meridional da sub-bacia de Mundaú, onde foram produzidos
7.758,33 metros cúbicos (m³) de petróleo em dezembro do ano passado, via mar. O
segundo campo mais importante do Estado é a Fazenda Belém, em Icapuí, com
produção de 7.267,702 m³ no mesmo período de 2015, via terrestre.
A Agência informou que os campos marítimos de Atum, Espada e Curimã
também são fundamentais para a produção cearense de petróleo, já que, em
dezembro de 2015, os três juntos responderam por 16,9 mil m³. A ANP mencionou,
ainda, que campo terrestre de Icapuí também é destaque no Estado.
Participação no País
Nacionalmente, a quantidade de poços produtores de petróleo cresceu em
todas as áreas. De acordo com a ANP, de 2005 para 2014, o número de poços
terrestres foi de 7.277 para 8.263 (alta de 13,5%), enquanto os marítimos
passaram de 725 para 841 (16%). Dessa forma, por não apresentar crescimento, o
Ceará viu sua participação na produção nacional de Petróleo, que já não era
muito significativa, ficar ainda menor.
Para se ter uma ideia, o Rio Grande do Norte, por exemplo, possuía, em
2014, 3.902 poços terrestres e 86 marítimos, despontando assim como um dos
principais produtores brasileiros de petróleo. Sergipe (1.813), Bahia (1.659) e
Espírito Santo (337) também tinham mais poços terrestres do que o Ceará no
período, já que o Estado contava com 324. No mar, o maior destaque nacional é o
Rio de Janeiro, com 556 poços perfurados em 2014, diz a ANP
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