O desempenho das redes móveis está longe de ser exemplo de qualidade na
telefonia brasileira, mas, em algumas cidades, é consideravelmente melhor do
que em outras. A constatação é de um relatório do Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor (Idec), que analisou as redes 2G e 3G em 40 pontos do
País, com base nos dados da OpenSignal, empresa britânica de monitoramento.
Segundo o estudo, Fortaleza, apesar de ser a quinta capital mais populosa do
Brasil, é apenas a 15ª no ranking nacional das melhores velocidades de download
(transferência de dados), já que obteve uma média de 2,03 Mbps (megabit por
segundo).
A média brasileira, considerada ruim, foi de 1,98 Mbps.
Para se ter uma ideia, entre as capitais nordestinas, a velocidade média
de download na rede móvel de Fortaleza ficou atrás de Natal (3,32 Mbps), Recife
(2,47), Aracaju (2,45), João Pessoa (2,25) e Maceió (2,18), sendo, portanto, a
quarta pior da região. Nacionalmente, a cidade de melhor desempenho foi Goiânia
(GO), com média de 3,99 Mbps, enquanto São Luís (MA) foi a pior, com apenas 0,4
Mbps.
Segundo o relatório do Idec, somando os quatro critérios analisados
(download, upload, latência e cobertura), Fortaleza ainda possui uma posição
comparativa 49% inferior ao resto do mundo, conforme dados da OpenSignal. O
Brasil, porém, possui redes móveis com qualidade 23% inferior que a média
mundial. "Isso significa que as grandes operadoras do País - Claro, Vivo,
TIM, Oi e Nextel - ainda ofertam redes com qualidades inferiores nos quatro
critérios utilizados", diz o estudo, que decidiu excluir a rede 4G da
pesquisa por ela ainda representar menos de um quarto do total de consumidores
brasileiros.
"Essas informações refletem, infelizmente, o fato de que as
operadoras ainda não encontraram uma forma de resolver as demandas de seus
consumidores, colocando um serviço de qualidade no mercado. Elas vivem
divulgando investimentos e ações, mas isso não está trazendo efeito prático
para os usuários, não está sendo suficiente. É preciso mais
transparência", ressalta a diretora geral do Procon Fortaleza, Cláudia
Santos.
Operadoras
Entre as quatro principais operadores de telefonia da Capital cearense,
o melhor desempenho no quesito velocidade de download foi da Claro, com média
de 2,98 Mbps. Para o Idec, a TIM (2,90) também obteve um bom resultado,
enquanto a Vivo (2,00) ficou levemente abaixo da média de Fortaleza, mas acima
da nacional. O destaque negativo ficou por conta da Oi que, com apenas 0,68
Mbps de média, obteve o pior resultado de Fortaleza.
Em comunicado, a Oi informou que "está comprometida com a evolução da
qualidade dos serviços de telecomunicações em Fortaleza e no País".
Segundo a operadora, de janeiro a setembro de 2015, a companhia investiu cerca
de R$ 82 milhões no Ceará, priorizando suas redes de telecomunicações. "A
empresa vem buscando melhorias na qualidade do atendimento, na prestação de
serviços e na percepção do cliente - considerados prioridades
estratégicas".
Segundo Cláudia Santos, as telefonias em geral são as algumas das
empresas mais reclamadas no Procon Fortaleza. Até o momento, por exemplo, três
das quatro operadoras atuantes na Capital estão entre as 10 mais reclamadas no
acumulado de 2016. "O grande desafio é fazer essas empresas oferecem uma
real qualidade no serviço", diz.
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