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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Carros apreendidos em pátios de delegacias viram criadouros

Automóveis parados em delegacias e órgãos públicos estão se tornando criadouros do mosquito Aedes aegypti, em Fortaleza. Percorrendo algumas instalações de delegacias é possível registrar o acúmulo de água em veículos que estão apreendidos aguardando definições sobre o que será feito pela Justiça.No 4º Distrito Policial, localizado no bairro Pio XII, um veículo Peugeot apreendido há mais de dois meses armazena água da chuva no vidro que está quebrado e também no assoalho. 

O carro, que está à disposição da Justiça, se envolveu em um acidente, mas ainda não se sabe qual será o destino do automóvel. O delegado José Munguba Neto, titular do 4º DP, afirma que não existe espaço suficiente nas unidades para suportar o número de veículos apreendidos mensalmente pela Polícia.
Em outro ponto da Cidade, na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC), logo na entrada da unidade é possível identificar veículos com vidros quebrados e que acumulam água. Segundo o inspetor Aurélio, a burocracia às vezes atrapalha a retirada. "Muitos carros que estão apreendidos aqui são de fora. Na maioria das vezes, temos que entrar em contato com seguradoras de veículos de São Paulo ou Rio de Janeiro. Eles pedem, no mínimo, um prazo de 30 dias pra retirada", ressalta. O agente destaca que pick-ups, caminhonetes e caminhões são os que mais acumulam água.
Prevenção
A mesma situação é encontrada no pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE). Mas a unidade, desde de 2012, trabalha com uma equipe de prevenção para evitar os focos do mosquito. O Detran-CE mantém uma brigada de combate ao mosquito Aedes aegypti formada por seis zeladores, que percorrem diariamente as dependências e o depósito de veículos na sede do órgão, eliminando os focos do inseto. Segundo a Gerente de Apoio Logístico, Rita Freire, esse modelo do órgão é uma referência para a Prefeitura de Fortaleza.
Remoção
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SPDS) informou, por meio de nota, que, em relação aos veículos, objetos de apreensões de procedimentos policiais, que se encontram estacionados em vias públicas, a Polícia Civil do Estado do Ceará está realizando um trabalho de remoção dos bens para um depósito da instituição. A exemplo disso, já foram retirados os veículos que estavam apreendidos nos 2º, 6º, 9º e 30º distritos policiais, além da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia ressalta ainda que está mantendo contato com o Comitê Estadual de Combate ao Aedes aegypti para realizar um trabalho preventivo.
As brigadas foram criadas por decreto do governador do Estado, Camilo Santana. Só na Educação, são 110 escolas profissionais que receberão a inspeção das brigadas. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Fortaleza informou que os agentes de endemia realizam vistorias periódicas nos veículos que estão nos locais visitados pela reportagem e ressaltou que as unidades podem solicitar a presença dos agentes quando for necessário.
Balanço
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) divulgou ontem mais 258 casos de dengue no Ceará, sendo dois considerados graves. Nenhum óbito foi confirmado até então e a maior parte das ocorrências foi em Fortaleza, com 125 registros. As informações foram relatadas na Atualização Semanal das Doenças de Notificação Compulsória e, somado aos 479 casos presentes no último Boletim epidemiológico, totalizam 737 ocorrências no Ceará.
Além da Capital, os municípios com o maior acréscimo de confirmações por meio desta atualização foram Sobral, com 34 casos, Itatira (24), Itapipoca (17), Russas (15), Crateús (11) e Icó (5). Os casos dizem respeito até a semana epidemiológica 7, ou seja, até o último dia 20 de fevereiro, segundo a Secretaria.
Já conforme o Informe Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS) referente à microcefalia, também divulgado ontem, dos 256 casos em investigação no Ceará, 33 foram confirmados e 46 descartados. Os números se referem aos casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita.

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