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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Retomada deve se dar com novos investidores

Atualmente em terceiro lugar dentre os estados com maior capacidade instalada em operação comercial para geração de energia eólica, o Ceará possui potencial de recuperar as duas posições perdidas. E um dos fatores que podem auxiliar o Estado nessa empreitada é a vinda de diversas empresas do setor, a exemplo do que a fabricante de turbinas eólicas Vestas fez na última segunda-feira, ao inaugurar, em Aquiraz, seu primeiro empreendimento no Brasil.
Dessa forma, empresas responsáveis pelos projetos de geração e os fabricantes dos componentes de equipamentos desse tipo de energia ficam próximos uns dos outros.
Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o Estado possui hoje, em operação comercial, 1.233, 2 megawatts (MW) de capacidade instalada, estando atrás do Rio Grande do Sul (1.543,3 MW) e Rio Grande do Norte (2.393,6 MW). "(Faltam investimentos em) infraestrutura e a presença local dos fabricantes. Através de uma política de incentivos fiscais, é preciso trazer uma cadeia toda dos componentes dos aerogeradores. Também é preciso que as expansões das linhas de transmissão acompanhem os investimentos de expansão em plantas eólicas", avalia o diretor de consultoria e utilities da multinacional CGI, Marco Afonso.
Melhores ventos
O representante da companhia - desenvolvedora de soluções de monitoramento e operação para mais de 350 parques eólicos em 10 países no mundo, inclusive no Brasil - afirma que o Ceará tem a melhor qualidade dos ventos dentre todos os estados no Nordeste "em função dos ventos serem unidirecionais, não terem rajadas e serem constantes. E no Nordeste brasileiro nós temos um dos melhores ventos do mundo por conta desse tripé", defende Afonso.
De acordo com ele, na região, a capacidade de se gerar energia através do movimento dos ventos chega a 84%. "De um ano inteiro, somente em 16% não há condições de gerar energia eólica", explica Afonso. No Ceará, ele calcula que o índice está acima da média nordestina. A média nacional é de 50%. A mundial, entre 25% e 28%.
O representante da CGI ressalta que o Nordeste concentra 7,5 gigawatts (GW) em capacidade instalada de energia gerada através do movimento dos ventos. "Sem energia eólica, o Nordeste estaria em racionamento. Hoje, quase 50% do consumo da região é proveniente desse tipo de energia", defende.
Energias renováveis
Estudo da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), divulgado no último dia 14 de janeiro, mostra que os investimentos em energias renováveis foram recorde no mundo em 2015 (US$ 329,3 bilhões), superando em 4% o montante atingido em 2014 (US$ 315,9 bilhões). Entretanto, no Brasil, elas recuaram 10% no comparativo entre os dois anos, atingindo US$ 7,5 bilhões em 2015.
Para o recuo apresentado no País, Afonso aponta a crise econômica nacional, que acabou afetando recursos disponibilizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "O grande fomentador dos investimentos dessa área é o BNDES, e o crédito está mais escasso em função da redução de capital disponível pelo banco", ressalta
Entretanto, o diretor da CGI diz que não há outro caminho para o País que não seja o crescimento do setor de energias renováveis. "A energia eólica está com 6% da matriz energia elétrica brasileira. Até 2020, 2022 será, 15%, 16%", prevê.

Ele também salienta que o custo de produção da energia gerada através dos ventos, hoje em R$ 110/MW, já está bem próximo do referente às hidrelétricas, de R$ 100/MW, o que a tornará mais vantajosa.

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