Os produtores exportadores de
frutas do Ceará estão animados com a possibilidade de uma parceria com a China.
A produção do Estado que, atualmente, é de 60 mil toneladas, entre melão e
melancia, dobraria passando para 120 mil. O que significaria um incremento de
U$ 100 milhões de dólares no faturamento que em, 2015, rendeu U$ 118 milhões. O
Brasil exporta em torno de 250 mil toneladas.
Segundo
o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e
Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, o setor está otimista para
concretização do negócio, pois já exportam para outros países exigentes o que
garante boas credenciais. "Acho que a China não vai ser mais exigente que
os outros (países). O que os técnicos querem é ver o risco de praga e o
trabalho que faremos para minimizar", comenta. O especialista enfatiza que
existe a possibilidade de conseguir, ainda no segundo semestre, a autorização
fitossanitária necessária para exportação.
Para
Barcelos, essa é uma importante oportunidade de fechar negócio com um dos
maiores compradores mundiais: "Todo o cultivo de melão e melancia aqui no
Ceará vem de áreas livres da chamada mosca azul, que ataca essas frutas. Já
somos certificados por mercados exigentes como o dos Estados Unidos, estamos
confiantes".
Comitiva
Os
técnicos Li Gaoua e Imiti Resuli, da Administração Geral de Supervisão de
Qualidade, Inspeção e Quarentena de Animais e Plantas da República Popular da
China, equivalente ao Ministério da Agricultura brasileiro, estão no Ceará para
analisar o processo de fruticultura local. Eles estão visitando fazendas na
região do Icapuí e Aracati da Agrícola Famosa.
No
encerramento da missão, na próxima quita-feira (28), às 9h, a comitiva irá se
reunir com produtores locais e representantes da Agência de Defesa Agropecuária
do Estado do Ceará (Adagri) e Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará
(Adece), na sede da Superintendência Federal da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento no bairro de Fatima. Na ocasião, será apresentado por parte dos
chineses as considerações acerca das frutas brasileiras, bem como o futuro das
negociações para a exportação para a China.
Consumo
O
consumo das frutas na China é bastante significativo. Apenas para comparação, o
país consome cerca de 42 kg per capita de melancia por ano. Aqui no Brasil, o
consumo é de 57 kg per capita, isso somando-se todas as frutas consumidas.
"Outro fator que nos favorece atualmente é a reforma do Canal do Panamá,
que vai reduzir em cerca de dez dias o tempo de viagem até a Ásia",
completa Barcelos.
Os
chineses irão visitar também fazendas produtoras no Rio Grande do Norte, além
do Ceará. As frutas produzidas nesses estados, atualmente, são comercializadas
no mercado interno brasileiro e exportadas para os EUA, Europa, Rússia e
Oriente Médio.
Mercado do Ceará
Segundo
dados consolidados da Adece sobre as exportações cearenses em 2015, foram
exportados U$ 118.927.151,00 em frutas. Deste montante, melão e melancia são as
mais rentáveis, com U$ 88.710.968,00 e U$ 14.140.143,00 em exportações,
respectivamente.
Atualmente,
a maior parte dos melões exportados vem da região da Chapada do Apodi, na
divisa entre Ceará e Rio Grande do Norte.
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