Os animais peçonhentos foram
responsáveis, entre 2007 e outubro deste ano, no Ceará, por 25.028 acidentes,
sendo 14.247 deles (57%) nos municípios de Fortaleza, Russas, Limoeiro do
Norte, Sobral e Jaguaribe, de acordo com a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa).
Em
2015, foram registradas, nos dez primeiros meses do ano, 2.241 ocorrências,
número 48% menor do que o apurado em 2014, quando foram notificados 4.379
acidentes. No Brasil, no mesmo período, já se somam 170.148 mil registros,
segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Dentre os animais que oferecem riscos, como serpentes, aranhas, lagartas e
abelhas, o escorpião é o que se destaca no número de casos, com 1.443 acidentes
até outubro deste ano e 3.312 no total de 2014. No acumulado entre 2007 e 2015,
foram 15.900 acidentes. Neste mesmo período, por exemplo, apenas 106 incidentes
com lagartas foram registradas.
Para qualificar a atenção às
vítimas, a Secretaria da Saúde do Estado promoveu, nos dias 24 e 25 últimos, um
evento direcionado a cem médicos e profissionais de enfermagem da atenção
básica de saúde dos municípios. A Capacitação para Diagnóstico e Tratamento de
Acidentes por Animais Peçonhentos aconteceu no Auditório Waldir Arcoverde, na
Avenida Almirante Barroso, Praia de Iracema.
Acidente
Conforme
a Sesa, em caso de acidente, o paciente deve ser encaminhado o mais rápido
possível para o hospital. A única unidade hospitalar que oferece o serviço na
capital é o Instituto Doutor José Frota (IJF). A principal recomendação da Sesa
é para que, durante o socorro, a vítima se mova o mínimo possível. O membro
atingido deve ser colocado numa posição mais elevada em relação ao corpo e o local
da picada pode ser lavado apenas com água e sabão.
Além
disso, não é recomendável amarrar o membro acidentado, nem sugar o ferimento
com a boca. Também não é indicada a aplicação de qualquer tipo de substância
(pó de café, álcool, urina, entre outros) na lesão. No momento do atendimento,
é importante informar o máximo de características do animal, como espécie, cor
e tamanho.
Veneno
Os
animais peçonhentos injetam veneno pelo ferrão, dente, aguilhão ou cerda
urticante. Dependendo da espécie, os acidentes podem até levar à morte, caso a
pessoa não seja socorrida e tratada adequadamente, quando necessário, com soro
específico. O Ministério da Saúde distribui soros anti peçonhentos para todo o
País, que estão disponíveis na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). A
identificação do animal facilita em muito o diagnóstico e o tratamento. (Colaborou
Ana Lidia Coutinho)
Fique por dentro
População pobre da área rural é a maior vítima
Animais
peçonhentos são aqueles que produzem substância tóxica e apresentam um aparelho
especializado para inoculação desta substância, que é o veneno, possuem
glândulas que se comunicam com dentes ocos, ferrões ou aguilhões, por onde o
veneno passa ativamente. Os animais peçonhentos de interesse em saúde pública
podem ser definidos como aqueles que causam acidentes classificados pelos
médicos como moderados ou graves, podendo levar à morte.
Os
principais animais peçonhentos que causam acidentes no Brasil são algumas
espécies de serpentes, de escorpiões, de aranhas, de lepidópteros (mariposas e
suas larvas), de himenópteros (abelhas, formigas e vespas), de coleópteros
(besouros), de quilópodes (lacraias), de peixes, de cnidários (águas-vivas e
caravelas), entre outros. A Organização Mundial da Saúde inclui os acidentes
com os peçonhentos na lista das doenças tropicais negligenciadas que acometem,
na maioria dos casos, populações pobres que vivem em áreas rurais.
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