O secretário de Segurança
Pública do Ceará, Delci Teixeira, disse ontem na Assembleia Legislativa que o
Estado vai fazer concurso público para contratar 4.200 policiais militares, nos
próximos três anos, e que serão chamados policiais civis aprovados em concurso.
Segundo ele, o governador receberá em dezembro as informações sobre a média
salarial dos policiais do Nordeste para definir quando cumprirá promessa de
campanha de igualar o soldo dos militares do Ceará a dos demais estados
nordestinos.
O
secretário demorou cerca de seis horas relatando sua atuação na Pasta nos
últimos dez meses, ouviu críticas e respondeu questionamentos dos
parlamentares. Delci reconhece que são elevados os números da violência no
Estado, mas pondera que a Polícia tem o controle da situação, e a
intensificação da parceria com a Polícia Federal e com os demais órgãos de
Segurança têm sido importantes no combate às drogas e à entrada de armas
pesadas no Estado.
O
secretário reconhece a escassez de recursos, mas garante que os cortes
determinados pelo governador Camilo Santana não prejudicaram ações da
Segurança, pois foram inferiores aos das demais secretarias, ficando no nível
das restrições financeiras impostas à Saúde e à Educação.
Um ponto
destacado nas indagações dos deputados foi a chacina recente registrada em
Fortaleza. Segundo Delci, o governador tem cobrado diariamente informações
sobre o curso das investigações que estão a cargo da Controladoria, por conta
do possível envolvimento de policiais militares. Promotores e policiais civis
também estão investigando. Outro ponto batido pelos deputados foi quanto ao
contingente da Polícia Militar e da Polícia Civil.
Judiciais
O
secretário anunciou que as questões judiciais, são responsáveis pelo atraso na
convocação dos policiais civis aprovados no último concurso, já teriam sido
resolvidas e, no dia 7 de janeiro, será iniciado o curso de formação dos 763
policiais civis, 168 delegados, 336 escrivães e 259 inspetores. "Quando se
fala em violência, sabemos que os números são altos, mas com o engajamento
desses agentes concursados e os novos 4200 policiais militares que devem ser
contratados nos próximos concursos, poderemos dar uma resposta mais
efetiva", avaliou Delci Teixeira.
O
secretário destacou que nos dez meses em que Camilo Santana está à frente do
Governo, houve aumento no aporte de 1.022 policiais militares e 252 novos
bombeiros. Além disso, 33 bombeiros e 202 policiais militares estão na Academia
de Segurança Pública em curso de formação de oficiais. Delci Teixeira falou
ainda que estão na fase final do curso de oficiais e devem tomar posse em breve
44 novos médicos legistas, seis peritos legistas, 23 peritos criminais e 65
auxiliares de perícia.
Outra
preocupação do governo, segundo o secretário, seria o grande número de
policiais que anualmente deixam a corporação. Delci afirmou que são cerca de
400 por ano os que terminam seu tempo de serviço e requerem a reserva.
"Atento a isso, o governador Camilo Santana determinou que fizéssemos
levantamento do efetivo total da Polícia Militar e acredito que, até o início
de dezembro, possamos apresentar o resultado a ele para a partir daí tomar a
decisão, inclusive da necessidade ou não de ampliar o efetivo neste
momento", disse o secretário.
Bases no Interior
Delci
destacou que, para garantir segurança no Interior, a Pasta alocou duas bases de
helicópteros da Coordenadoria Integrada de Ações Aéreas (Ciopaer) em Juazeiro e
Sobral. Os planos são de mais duas bases: em Russas e em Quixadá.
"Acreditamos que um dos instrumentos mais eficazes no combate à
criminalidade é o helicóptero", destacou.
Outra
ação do governo para a interiorização da segurança pública foi levar equipes do
Raio (Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas) para Sobral e Juazeiro. "Mas
é preciso deixar claro que tanto o Ciopaer quanto às equipes do Raio devem
atender às regiões e não apenas as cidades onde estão suas bases",
relatou.
Uma das
linhas de investigação para a chacina que vitimou onze pessoas na semana
passada é que a ação pode estar ligada ao assassinato de um policial. Delci foi
categórico ao afirmar que o caso está sendo investigado criteriosamente,
assegurando que todos os envolvidos serão punidos, sendo policiais ou não.
"Entregamos hoje (quarta) o inquérito à Controladoria Geral de Disciplina
e posso assegurar que não teremos problema algum em punir os responsáveis,
mesmo sendo policiais", garantiu.
Ele
falou da preocupação da secretaria da Segurança em também dar atenção às
famílias dos policiais vitimas da violência.
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