Fortaleza/Rio. Impulsionada pelo aumento nos
preços da gasolina e óleo diesel, que aconteceu no início deste mês, a inflação
de Fortaleza voltou a subir nas duas primeiras semanas de outubro. De acordo
com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado
ontem pelo IBGE, a pressão inflacionária da Capital cearense apresentou uma
alta de 0,66% no período, exatamente a mesma variação registrada pelo Brasil.
Trata-se do quinto maior avanço entre as capitais do País.
Prévia
da inflação oficial medida pelo IBGE, o IPCA-15 de Fortaleza já acumula alta de
9,77% em 12 meses, variação idêntica à nacional. No acumulado do ano, o índice
da Capital cearense também se encontra acima do teto da meta do governo federal
(6,5%), já que atingiu 8,01% nos 15 primeiros dias de outubro. "Eu acho
que a inflação ainda tem muita margem para subir, principalmente por conta dos
repasses inerentes à alta do dólar, que não estão sendo aplicados na velocidade
que deviam. Devemos ter um índice muito próximo dos dois dígitos no fechamento
de 2015", comenta o economista Ênio Arêa Leão.
Principais impactos
Como já
era esperado, o maior impacto na inflação de Fortaleza neste início de mês veio
dos combustíveis, que subiram 12,09% na Capital cearense, após a Petrobras
promover, no início de outubro, aumento da gasolina e do óleo diesel nas
refinarias. Para Ênio Arêa Leão, novas altas devem acontecer em breve. "A
Petrobras já entrou com pedido para promover outro reajuste, fruto da situação
cambial vivida pelo País. Além disso, a energia também deve voltar a subir de
forma significativa no ano que vem. É provável que, em 2016, também estouremos
o teto da meta", afirma o economista.
Além
dos combustíveis, outros itens do setor de alimentos ficaram mais caros em
Fortaleza nos 15 primeiros dias do mês, contribuindo para a alta do IPCA-15. Os
maiores avanços foram: maracujá (10,1%), chá de dentro (6,9%), alho (6,7%),
melancia (6,2%) e goiaba (6,1%). A cebola, porém, ficou 32,8% mais barata no
período, assim como o tomate (-18,1%), tubérculos, raízes e legumes (-17,9%),
cenoura (-9,3%) e batata inglesa (-5,3%).
Situação do País
Nacionalmente,
o IPCA-15 chegou a 8,49% no período de janeiro a outubro de 2015, informou o
IBGE. Em 2014, a alta correspondente ao mesmo período ficou em 5,23%. O índice
deste ano foi o mais elevado acumulado de janeiro a outubro desde 2003, quando
alcançou 9,17%.
O
IPCA-15 teve variação de 0,66% em outubro e ficou 0,27 ponto percentual acima
da taxa de setembro (0,39%). Esse foi o índice mais elevado para um mês de
outubro desde 2002 (0,90%). Quanto aos últimos 12 meses (9,77%), a taxa
acumulada ficou não somente acima dos 12 meses imediatamente anteriores (9,57%)
como foi a mais elevada desde dezembro de 2003 (9,86%). Em outubro de 2014, o
IPCA-15 chegou a 0,48%. O índice do mês foi influenciado pelos três grupos que
mais pesam no orçamento das famílias: habitação, transportes e alimentação e bebidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário