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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Pacientes esperam há três meses por material

Uma doença silenciosa que atinge pessoas de qualquer idade, a diabetes é um mal com inúmeras restrições e, para muitos, de difícil convivência, até que os hábitos alimentares e a rotina sejam readaptados. Para os pacientes que dependem dos materiais fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em unidades da rede estadual e municipal, um impasse se arrasta há, pelo menos, três meses: a falta de fitas para medição de glicemia, que impossibilita que as pessoas cadastradas monitorem o nível de açúcar no sangue e regulem a aplicação de insulina.

Portador de diabetes há 19 anos, Esdras Beleza, 30, conta que é cadastrado nos postos de saúde de Fortaleza para receber o material, o que já não vem acontecendo. "Desde 2007, recebo as fitas para teste. Agora, vai completar dois meses que não recebo. Fui buscar e disseram que está faltando. Ontem mesmo, entrei em contato para saber se tinha chegado e o que disseram era que a compra já tinha sido feita e que estavam aguardando. Não deram um prazo, só disseram que eu continuasse ligando", afirmou o paciente.
Incidindo em 10% da população total de Fortaleza, segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia no Ceará, a diabetes se divide em Mellitus, Gestacional e Insipidus. O mal acomete, principalmente, pessoas com histórico familiar da doença. A enfermidade pode ser diagnosticada por meio de exame de sangue.
De acordo com o endocrinologista Glauber Rocha, ex-presidente e atual membro da diretoria da Sociedade, a distribuição da fita é de extrema importância, principalmente, para as gestantes, que chegam a realizar, diariamente, seis vezes o teste da glicemia.
"Esse monitoramento é que faz com que os médicos e os pacientes saibam como deve ser feito o uso da insulina. Além das gestantes, o uso do material é muito importante para o diabético do tipo 1, que faz contagem de carboidrato. Geralmente, o teste deve ser feito antes de cada refeição principal e após uma hora de cada uma dessas refeições para ver como a dieta influencia no controle glicêmico", alerta o especialista.
Compra
Questionada sobre o assunto, a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) afirmou que o problema se deu no processo de licitação da compra das fitas, de responsabilidade da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), devido à parceria entre Estado e Município, com a finalidade de obter um produto de melhor preço.
Já a Sesa, em nota, informou que a compra de 13,2 milhões de unidades de fitas para glicemia está sendo finalizada. O volume é pactuado com os municípios e deve ser suficiente para dois trimestres. A Pasta ressalta que, nesta quarta-feira (23), o contrato entrará no sistema. A partir desta data, serão contados 30 dias para o Estado receber a nova remessa, que deve ser entregue aos municípios junto à Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (Coasf).
Enquanto isso, a situação evidenciada preocupa e interfere no tratamento dos pacientes. É o caso de Alexsandra Vasconcelos, que convive com a doença há 19 anos, desde criança, e faz, diariamente, a contagem de carboidratos para controlar o índice de açúcar no sangue. "A fitinha faz muita falta, há meses não recebo. Estou comprando, mas é muito caro, mesmo pesquisando. Preciso usar, pelo menos, quatro vezes por dia. Antes de faltar, eu recebia no Centro de Diabetes, mas lá já disseram que não tem previsão para chegar", lamenta.
Esdras Beleza também reclama do alto custo para manter os testes. "Quando falta, junto dinheiro e compro. Chego a gastar R$ 350 e preciso de 180 fitas por mês. Cada pacote com 50 unidades só dura dez dias", destaca.
Segundo Geovana Falcão, vice presidente da Associação dos Diabéticos e Hipertensos de Fortaleza (Adhfor), a falta das fitas já não acontecia há anos. "Também sou paciente e em 20 anos não tinha visto isso acontecer. Para nós, a fita funciona como medição de vida", ressalta.
Na Capital, além dos postos de saúde, os portadores da doença podem procurar os centros de apoio ao diabético na Faculdade de Medicina, Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Posto Anastácio Magalhães e no Centro de Diabetes. (Colaborou Emanoela Campelo)
Saiba mais
Centros de apoio ao diabético localizados em fortaleza
Faculdade de Medicina

R. Alexandre Baraúna, 949 -

Bairro Rodolfo Teófilo

Telefone: (85) 3366-8001

Hospital Geral de Fortaleza

R. Ávila Goularte, 900 -

Bairro Papicu

Telefone: (85) 3101-3222

Posto Anastácio Magalhães

Rua Delmiro de Farias, 1679 -

Bairro Rodolfo Teófilo

Telefone: (85) 3433-2561

Centro de Diabetes

Rua Silva Paulet, 2406 -

Bairro Dionísio Torres

Telefone: (85) 3101-1538


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