A filiação de Ciro Gomes ao PDT
está ligada a uma pretensa candidatura sua à Presidência da República, mas o
seu irmão e ex-governador Cid Gomes, que também se filiará ao mesmo partido,
nega estar rompido com a presidente Dilma Rousseff (PT). Cid, tomou
conhecimento da sua condenação a pagar indenização de R$ 50 mil ao presidente
da Câmara, Eduardo Cunha, pouco antes do ato público de filiação de Ciro na
sede do PDT em Brasília. Ele diz que vai recorrer da decisão.
"Jamais,
em momento algum estive rompido. Eu tenho pessoalmente pela Dilma um grande
carinho, um grande respeito. A imagem que eu faço da Dilma é de que ela é uma
pessoa séria, bem intencionada, e que tem muito amor ao Brasil e aos
brasileiros. Na sua reeleição ela vem enfrentando aí momentos de extrema
dificuldade, de um lado pela conjuntura econômica que tem obrigado seu governo
a se render a uma política econômica que em momentos passados foi muito
prejudicial ao Brasil", disse Cid Gomes.
Sobre a
possibilidade de impeachment Cid se mostrou radicalmente contra. Ele afirmou
que Dilma sofre uma crise política, com reflexos para toda sociedade.
"Estamos vivenciando uma crise de identidade partidária, Então, não estou
rompido com a Dilma, defendo que ela cumpra integramente seu mandato, mas não
deixarei de emitir opiniões", disse.
Em
relação à situação do PDT no Ceará, Cid Gomes avaliou que "nossa história
com o PDT no Ceará já vem de muitos processos eleitorais, PDT esteve conosco na
última eleição, apoiou e foi vitoriosa a eleição do Camilo ( Santana,
governador do Ceará pelo PT). O PDT esteve conosco na minha reeleição para
governador, teve uma participação e indicou o vice-governador na época em que o
Ciro foi candidato. Portanto, é uma história comum tanto no Brasil, quanto no
Ceará. Espero que esta relação possa ajudar a trazer um espaço permanente de
crescimento da política no nosso Estado".
O
governado Camilo Santana, que contou com o apoio dos irmãos Ferreira Gomes para
sua eleição, avaliou como extremamente positiva a ida dos irmãos para o PDT,
elogiou a história do partido e afirmou que sua missão, de suceder a Cid Gomes
no Governo do Ceará é das mais difíceis. "É o maior governador da história
do Estado. A minha palavra aqui é de testemunho, para parabenizar o PDT pela
grande conquista de ter este grande brasileiro (Ciro), nas fileiras do seu
partido".
Condenação
O
Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou Cid Gomes a pagar R$ 50 mil de
danos morais ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por uma
declaração na qual acusou de ter entre 300 e 400 achacadores na Casa. Na ação,
Cunha alegou que Cid cometeu injúria a honra e imagem dos deputados federais,
manchando a honra e reputação dos parlamentares, uma vez que foram divulgadas
por diversos veículos de comunicação do País.
Em sua
defesa, Cid Gomes alegou que quando usou a palavra achaque se referiu à manobra
de pressão política exercida pelo Poder Legislativo sobre o Poder Executivo,
com a intenção de subjugá-lo e de enfraquecê-lo politicamente. Negou ter feito
referência direta a Eduardo Cunha.
O juiz
Redivaldo Dias Barbosa entende que houve danos morais. "Ao individualizar
a quem imputava a conduta de achacador o réu extrapolou os limites da sua
liberdade de expressão". Eduardo Cunha disse que não se satisfez com o
valor de R$ 50 mil a que Cid Gomes foi condenado pela Justiça do Distrito
Federal a pagar como indenização.
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