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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Para Cunha, corte é 'atabalhoado'

Brasília. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o governo fez um anúncio "atabalhoado" do corte de ministérios, para criar um fato político que encobrisse "notícias não boas" da economia."Foi um anúncio atabalhoado porque não tinha uma decisão tomada e queriam criar um fato político. Acho positivo querer criar um fato desta natureza, mas, obviamente, eles não estavam prontos para anunciar nada", afirmou o peemedebista.

Pela manhã, o governo anunciou que, até setembro, cortaria dez pastas, mas não informou quais serão, gerando instabilidade na base aliada. Cunha disse que o anúncio do Planalto pode "estimular" o andamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada por ele para limitar a 20 o número de ministérios. "Ainda estão me devendo nove. É dobrar a meta", disse, parodiando a presidente Dilma.
O presidente da Câmara defendeu que o PMDB entregue todos os seis ministérios que comanda. "Todos (os partidos) deveriam entregar (ministérios), todos deveriam reduzir. O PMDB deveria ser o primeiro a entregar todos, não só a redução proporcional, deveria sair da base do governo", afirmou.
'Corte simbólico'
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), disse que o anúncio da redução de ministérios é uma mensagem para a sociedade de que, dados os sinais ruins da economia, o governo está disposto a cortar a máquina. "É um gesto mais simbólico que financeiro", opinou.
O petista evitou comentar sobre a disposição do partido de ceder espaço na Esplanada do Ministérios. No entanto, defendeu que, se houver o corte, que seja proporcional e "para todos". Ele reconheceu que haverá uma pressão maior para que o PT abra espaço para os partidos aliados. "É uma conta que, para fechar, vai precisar de muita conversa", comentou.
Partidos de oposição reagiram ao anúncio de redução de 10 ministérios com desconfiança. "Espero que seja para valer e não mais uma cortina de fumaça para iludir a sociedade e amenizar os efeitos da crise que atinge a presidente Dilma", afirmou, em nota, o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR). Ele lembrou que a medida já é cobrada há algum tempo pelos partidos de oposição, mas que é preciso fazer um corte real dos gastos, incluindo cargos, custos de diárias, aluguel de sedes e cartões corporativos.
"Isso é mais um gesto de marquetagem política do governo do que propriamente uma ação concreta em busca de uma reforma administrativa verdadeira", concluiu o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE). O parlamentar disse que a redução de 10 pastas "é pouco", e que o corte deveria abranger pelo menos 15 ministérios.

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