Fortaleza/São Paulo. A
taxa de desocupação no Ceará, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) Contínua, foi estimada em 8,8% no 2º trimestre de 2015, considerando
as pessoas de 14 anos ou mais de idade. O índice apresentou alta nas duas
variações. No primeiro trimestre deste ano, o número estava em 8%, já no 2º
trimestre de 2014, estava em 7,5%.
A média do Ceará foi maior do que a
nacional. A taxa de desocupação no Brasil foi de 8,3%, registrando a maior taxa
da série histórica, que teve início em 2012, segundo informou o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já o
nível de ocupação da população cearense para a mesma faixa etária e em igual período
de comparação ficou em 48,8%, de acordo com o IBGE. Dentro deste percentual, a
Pnad Contínua apontou também o crescimento da participação dos trabalhadores
por conta própria dentro do percentual da população ocupada, que saiu de 27,9%
(2014) para 28,7% (2015). O número de pessoas com carteira assinada também
cresceu, conforme os dados, de 60,5% (2014) para 61,6% (2015).
Entre
os setores que mais abrigam trabalhadores no Ceará, o maior número esteve com o
comércio (21,5%), seguido pela administração pública, defesa e seguridade
social (15,6%). Na sequência veio a indústria (14,1%), a agricultura, pecuária
e produção florestal (11,9%), a construção (9 %), a informação, comunicação e
atividades financeiras (7,7%), serviços domésticos (7,4%), alojamento e
alimentação (4,9%) e transporte, armazenagem e correio (3,6%).
Maior patamar
A taxa
de desemprego no Brasil atingiu 8,3% no segundo trimestre deste ano, maior
patamar da série histórica iniciada em 2012, com forte crescimento da população
em busca de uma colocação diante do cenário de economia em contração e inflação
elevada. No trimestre encerrado em junho, a população desocupada (8,4 milhões
de pessoas) cresceu 5,3% frente ao trimestre imediatamente anterior.
Na
comparação com igual período de 2014, o salto foi de 23,5%, de acordo com a
Pnad Contínua divulgada nesta terça-feira. Nos três meses até maio, a taxa de
desemprego tinha ficado em 8,1%. No primeiro trimestre do ano, ela foi de 7,9%.
"Teve
aumento da desocupação provocado por maior procura e a geração de postos de
trabalho não alcança toda essa população procurando trabalho", afirmou o
coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azevedo. "Há pressão
forte sobre o mercado de trabalho, que é reflexo do cenário econômico. O
cenário econômico não atende a demanda", acrescentou.
A renda
média real habitual recuou 0,5% no segundo trimestre na comparação com um ano
antes, a R$ 1.882.
Os
resultados reforçam a deterioração do mercado de trabalho observada desde o
início do ano, num ambiente de profunda fraqueza econômica e baixa confiança.
Aos fatores econômicos, soma-se a grave crise política, que vem gerado
insegurança entre consumidores e empresas.
PME sinalizou trajetória
Dados
divulgados na semana passada já vinham apontando que a trajetória do mercado de
trabalho não deve melhorar tão cedo. A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do
IBGE, que leva em conta dados apurados apenas em seis regiões metropolitanas do
País, mostrou que a taxa de desempregou saltou para 7,5% em julho, maior nível
em mais de cinco anos, em consequência do aumento de quase 10% da população
desocupada. Segundo dados do Ministério do Trabalho, o Brasil fechou 157.905
vagas formais de trabalho no mês passado, pior resultado para julho da série
histórica iniciada em 1992. A despeito da performance econômica fraca, a
resiliência do mercado de trabalho vinha sendo um dos trunfos do governo da
presidente Dilma Rousseff, especialmente durante sua campanha à reeleição, no
ano passado. A Pnad Contínua tem abrangência nacional e vai substituir a PME.
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