No Ceará, 257 mil crianças ainda devem ser vacinadas contra
a poliomielite. Isso representa 45% da população de seis
meses a cinco anos, de um total de 570,7 mil. A campanha nacional será
encerrada na segunda-feira (31). O balanço é do Ministério da Saúde,
que faz um alerta ao Estado.
No Brasil, a expectativa é vacinar, pelo menos, 12 milhões
de crianças, o que representa 95% nessa faixa etária. O público total é de 12,7
milhões. O Ministério orienta que mesmo que já tenham completado o esquema
vacinal contra a pólio. Neste caso, a dose servirá como reforço na proteção.
O Ministério reitera que a campanha deste ano não será
prorrogada, portanto é essencial que pais e responsáveis compareçam com as
crianças nos postos de vacinação até a próxima segunda-feira (31). O objetivo é
manter o país livre da pólio, uma vez que o último caso da doença foi
registrado em 1989. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de
Saúde (OPAS) a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem.
Entretanto, como alguns países da África e Ásia ainda apresentam casos da
doença.
ATUALIZAÇÃO - Outras doenças, como sarampo e caxumba, também
podem ser evitadas por meio da vacinação ainda na infância. Para isso, este ano
o Ministério da Saúde realiza, juntamente com a campanha contra a pólio,
mobilização para atualizar a caderneta infantil. A orientação é que pais e
responsáveis, quando levarem as crianças para receber a gotinha contra
a paralisia, apresentem a caderneta infantil ao
profissional de saúde, que irá avaliar a necessidade da administração de outras
vacinas.
Assim, doses que estiverem em atraso, poderão ser aplicadas na hora ou
agendadas para outra data, mantendo o esquema vacinal da criança atualizado.
Durante a campanha, serão disponibilizadas vacinas contra tuberculose,
rotavírus, sarampo, rubéola, coqueluche, caxumba, varicela, meningites,
febre amarela, hepatites, difteria e tétano, entre outras.
As crianças que ainda não iniciaram o esquema vacinal contra a
poliomielite não receberão a gotinha, mas sim a dose injetável, que é aplicada
aos dois e quatro meses de idade do bebê. A vacina de oral só é administrada
depois que a criança já recebeu as duas doses injetáveis. Vale ressaltar que
vacina injetável fica disponível durante todo o ano nos postos de vacinação,
pois faz parte do calendário Nacional do Programa Nacional de Imunizações
(PNI).
A vacina contra a paralisia infantil é a única forma de
prevenção contra a doença, que não possui tratamento. A dose ofertada
pelo PNI é segura e tem eficácia entre 90% e 95%. Não há contraindicações para
o uso da VIP ou da VOP. Crianças com sintomas como tosse, coriza, rinite ou
diarreia podem receber a vacina normalmente. Já crianças com infecções agudas,
febre acima de 38ºC ou hipersensibilidade a algum componente da vacina devem
ser avaliadas por um médico, que irá avaliar se a dose pode ser aplicada na
hora ou se deve ser agendada.
POLIOMIELITE - A poliomielite é uma doença infectocontagiosa
grave. Na maioria dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas
adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia
irreversível, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo
poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.
O Brasil é referência mundial em vacinação e o Sistema Único de Saúde
(SUS) garante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas
recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, são
disponibilizadas pela rede pública de saúde, de todo o país, 17 vacinas que
integram o Calendário Nacional e combatem mais de 20 doenças, em diversas
faixas etárias.
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