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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Taxa de desemprego segue estável na RMF

O desemprego continua sendo um problema menor para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) do que para outros locais. A proporção de pessoas da População Economicamente Ativa (PEA) que se encontram em situação de desemprego na região manteve-se estável, pela terceira vez consecutiva, ao passar de 8% em maio, para 7,9%, em junho deste ano.A taxa é a menor dentre as seis regiões metropolitanas que atualmente participam da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). 

Os dados foram divulgados ontem (29, e são publicados mensalmente pela Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo dados da pesquisa, a taxa de desemprego da RMF se manteve melhor que as registradas pelas região metropolitanas de Porto Alegre (8,5%), São Paulo (13,2%), Recife (13,5%), Distrito Federal (14,2%) e Salvador (18%). O percentual relativo a Capital e municípios que compõem a região cearense, entretanto, está em níveis maiores do que as registradas em iguais períodos do ano passado por quatro meses seguidos.
Enquanto, por exemplo, em junho deste mês o percentual de pessoas desempregadas da PEA ficou em 7,9%, em igual mês do ano passado a taxa era de 7,4%.
Redução
O levantamento também estima que em junho o contingente de desempregados foi de 146 mil pessoas, dois mil a menos do que no mês imediatamente anterior. A redução no número ocorreu porque existem menos pessoas pressionando o mercado. Houve queda de 0,3% na População Economicamente Ativa, ou seja, cinco mil pessoas deixaram a força de trabalho da região.
Também houve o fechamento de três mil postos de trabalho (-0,2%) no período. Com isso, o contingente de ocupados do mês de junho foi estimado em 1,6 milhão de pessoas. "Nós não estamos gerando emprego. O mercado de trabalho está desaquecido. O desemprego está continuando baixo porque as pessoas estão saindo do mercado", explica o coordenador da PED no Dieese, Ediran Teixeira.
Na análise por setores, as reduções nas ocupações em junho ocorreram na construção civil, que fechou nove mil postos, o que representa queda de 6,1%, em relação ao quantitativo do mês imediatamente anterior, e em serviços, onde foram cessadas três mil vagas (-0,4%). No entanto, houve crescimento do nível de ocupação no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (1,5% ou geração de 6 mil postos) e na indústria de transformação (1,1% ou 3 mil postos a mais).
Posições
Considerando a posição da ocupação, houve redução de 10 mil postos referentes a assalariados, o que representa queda de 0,9% frente ao contingente de maio. Cresceram o número de colocações do emprego doméstico (2 mil ou 1,9%), dos considerados nas demais posições (7 mil ou 9,5%) e reduziu-se a quantidade de postos no trabalho autônomo (-2 mil ou -0,5%).
A PED também mostra que o tempo médio de procura por trabalho despendido pelos desempregados foi de 23 semanas, duas a mais em relação a maio.
"Se há essa perspectiva de ter desemprego mais elevado nesse ano, a gente pode ter um tempo de desemprego que pode começar a se prolongar, coisa que não acontecia nos últimos anos. Esse é o dado que mais preocupa", avalia o coordenador de estudos e análise de mercado do IDT, Erle Mesquita.
Renda cai
O rendimento médio real dos ocupados teve queda de 1,6%. Em abril deste ano, era de R$ 1.213 e em maio passou a ser de R$ 1.193. Queda maior foi registrada no comparativo entre maio deste ano e igual mês de 2014 (-8,2%), com destaque para as reduções de remuneração dos autônomos (-14,9%) e assalariados do comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (-11,5%).
"Nós temos uma inflação, principalmente de alimentos, maior do que em outras regiões metropolitanas. Isso tem dificultado os ganhos reais e faz cair a massa salarial. Os reajustes dos trabalhadores não estão acompanhando a inflação aqui no Estado do Ceará. Aliado a isso, a troca de salários maiores por menores tem feito com que a remuneração caia bastante nos últimos meses", destaca Ediran Teixeira.
No comparativo entre dezembro de 2014 e junho deste ano, houve acréscimo de 11,5% no contingente de desempregados, e redução de 3,6% no número de ocupados. A taxa de desemprego foi de 6,9% no último mês do ano passado para 7,9% em junho de 2015. O coordenador de estudos e análise de mercado do IDT, Erle Mesquita, ressalta que para os próximos seis meses de 2015 são esperados resultados melhores. "O segundo semestre tradicionalmente tem um ritmo de crescimento mais expressivo e nós temos uma possibilidade de uma taxa de desemprego mais baixa", avalia.
Murilo Viana
Repórter

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