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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Campeonato Cearense de 2016 de portões fechados para Ceará e Fortaleza

1580 cadeiras quebradas, um vandalismo inacreditável, pancadaria, briga generalizada, invasão de campo e ninguém preso. A final que deu ao Fortaleza o título de campeão cearense acabou maculada por bandidos travestidos de torcedores.
Se a mancha na história do futebol cearense já não seria apagada, o Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol no Estado do Ceará resolveu incrementar essa página negra no esporte alencarino.

Sem piedade, o Pleno do TJDF/CE impôs duras penas para Ceará e Fortaleza. O Alvinegro perdeu 14 mandos de campo e recebeu multa de R$ 70 mil. Já o Fortaleza perdeu 19 jogos e ainda foi multado em R$ 95 mil. Todas as partidas de portões fechados.
Mesmo que Ceará e Fortaleza cheguem à decisão da Copa Fares Lopes, que será disputada de agosto a novembro deste ano, ambos só mandarão partidas em sete oportunidades.
Ou seja, para o Campeonato Cearense de 2016, caso alvinegros e tricolores cheguem à final da Fares Lopes, ainda terão de cumprir, respectivamente, sete e 12 partidas com portões fechados.
Um prejuízo incalculável para clubes, federação, torcedores e ao próprio futebol cearense, que já padece com escassez de recursos. Para se ter uma ideia, neste ano, Ceará e Fortaleza, que decidiram o Estadual, fizeram nove partidas como mandante.
Na pior das hipóteses, o Fortaleza mandará todos os seus jogos, em casa, de portões fechados.
A Lei permite que o TJDF/CE aplique essa punição. Realmente foi uma selvageria sem precedentes na história do futebol cearense. Mas o que deixa no ar é justamente o que sempre eu me questionei: Como o clube pode ser responsável pelas atitudes de terceiros?
Uma coisa é o clube não dar condições de higiene, de acomodação e de segurança para seus torcedores, que, por algum desses motivos, podem provocar uma revolta generalizada dentro do estádio.
Outra coisa é um grupo de centenas de torcedores por livre e espontânea vontade praticar selvageria, provocar brigas e quebrar o patrimônio público por simplesmente saber que nunca será punido e que o “seu clube de coração” é quem será punido e vai arcar com as despesas.
Claro e óbvio que Ceará e Fortaleza sabem que a Lei é assim. Os torcedores, dentro do Estádio, fazem parte do clube. Mas o TJDF poderia usar o bom senso ou, como bem disse o amigo jornalista André Victor, do O Povo, a badalada “razoabilidade”.
Eu não creio que só o Fortaleza e o Ceará foram punidos com essa decisão do Pleno do TJDF. A pena se estendeu para todos os que gostam de futebol, inclusive para aqueles torcedores humildes, que, por medo da violência não vão a clássicos e preferem ver jogos mais tímidos, contra equipes do Interior, seja no PV, ou no Alcides Santos.
Os dirigentes do futebol cearense são provocados todos os dias. São questionados e criticados duramente para mudarem a postura, criarem estratégias de marketing, inovarem em contratações, saírem da mesmice, fomentarem as categorias de base etc. Aí, eu pergunto, como é que muda e se planeja com uma punição dessas?
O que mais revolta é que os verdadeiros bandidos estão indo aos estádios do mesmo jeito. Esperando uma nova oportunidade para praticarem as mesmas selvagerias e o pior, com a certeza de que sairão novamente impunes.
Nunca o ditado “o Justo paga pelo Pecador” fez tanto sentido como agora.

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