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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Dilma defende Graça e indica que não fará mudanças

Brasília. Confrontada com novas denúncias envolvendo a Petrobras, a presidente Dilma Rousseff saiu em defesa ontem da presidente da estatal, Graça Foster, indicou que não pretende mudar a diretoria da empresa, assegurou que está trabalhando para que a nota de crédito da Petrobras não seja rebaixada e avisou que pretende mudar o seu conselho de administração, sem entrar em detalhes. A petista recebeu no Palácio do Planalto jornalistas para o tradicional café da manhã de fim de ano com a imprensa.

"Tem de ter alguma prova apresentada sobre qualquer conduta da presidente da Petrobras, Graça Foster. Eu conheço a Graça, sei da seriedade, da lisura da Graça, acho que é importante saber qual é a prova que se apresentou (contra a presidente da Petrobras). Porque se eu disser que te falei, o que eu quero? Eu tenho de provar que falei", comentou Dilma.
"É muito difícil ter uma situação confortável quando existe a prática de condenar sem dar espaço pra defesa - é muito difícil -, sem perguntar pelas provas, nem pelos interesses. É muito fácil criar situação de constrangimento pra qualquer um".
Em entrevista exibida no último domingo (21) pelo programa "Fantástico", da TV Globo, a ex-gerente-executiva da Diretoria de Abastecimento da Petrobras Venina Velosa da Fonseca disse que informou "a todas as pessoas que podiam fazer algo" sobre irregularidades verificadas por ela. Venina também afirmou que registrou suspeitas por e-mail, e discutiu pessoalmente o assunto com Graça Foster quando a presidente era diretora de Gás e Energia.
"A Graça é uma pessoa ética", disse Dilma, confirmando que a presidente da Petrobras colocou o cargo à disposição. "Eu falei pra ela (Graça Foster) que, do meu ponto de vista, isso não era necessário. É óbvio que o cargo de todas as pessoas do governo estão à minha disposição. O fato de isso ocorrer (Graça colocar o cargo à disposição) é uma consideração comigo, é um ato que se podia chamar de educação política por parte da Graça", observou Dilma Rousseff.
"Eu não estou pretendendo alterar a diretoria da Petrobras, não estou pretendendo. Alterarei o conselho de administração da Petrobras", afirmou Dilma.
Apesar das declarações da presidente, integrantes do próprio governo afirmam que a saída da executiva é iminente e deve se dar no ano que vem. Questionada sobre possíveis nomes para substituí-la, a petista classificou-se como "perplexa" com as especulações de que busca um nome de mercado para o posto.
Críticas
Líderes da oposição reagiram às declarações de Dilma em defesa da permanência de Graça Foster na presidente da Petrobras. Para os oposicionistas, a petista passa a responder diretamente pelas irregularidades na estatal.
"Essa insistência em manter a diretoria caracteriza um vínculo acima do esperado. Diante desse fato, a presidente passa a assumir 100% de tudo o que for praticado na Petrobras pela Graça Foster. Dilma Rousseff passa a responder por tudo o que foi feito por essa quadrilha instalada na Petrobras", disse o líder da minoria no Congresso, deputado Ronaldo Caiado (DEM -GO).
Para o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), a manutenção de Graça no comando deixa a empresa sem autonomia para fazer uma investigação sem limites. Já para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), a fala de Dilma aumenta o descrédito da empresa e lança dúvida em relação a quem interessa manter Graça na presidência da estatal.
Gestora volta a dizer que ex-gerente não foi clara
Brasília. A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse ontem, em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, que recebeu mensagens e conversou pessoalmente com a ex-gerente da estatal Venina Velosa da Fonseca antes de ser deflagrada, em março, a Operação Lava-Jato, que investiga um esquema de corrupção na empresa estatal.
Graça, no entanto, reafirmou que a ex-gerente não foi clara em relação às denúncias de irregularidades. "Em nenhum momento, nenhum momento, ela fala em corrupção, fraude, conluio, cartel. São palavras muito simples de serem entendidas", disse Graça Foster.
Pedido negado
O Ministério da Justiça, por meio da Polícia Federal, negou pedido feito pelo DEM para proteger a ex-gerente de Abastecimento da Petrobras Venina Velosa da Fonseca. Em resposta a ofício protocolado pelo vice-líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, respondeu que o pedido tem de ser feito por Venina. "Proteção efetuada sem o seu consentimento poderá caracterizar abuso de autoridade", justificou Daiello.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/nacional/dilma-defende-graca-e-indica-que-nao-fara-mudancas-1.1181207

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