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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Hangar da TAM: Centro de manutenção opera até fim do ano

A base de operação localizada em Aracati é a primeira da empresa fora de São Paulo
Juntamente com o processo de homologação do centro, a TAM AE começará o processo de equipagem do hangar e de contratação de funcionários
O plano diretor do Aeroporto de Aracati já prevê a construção de um terminal de cargas, que poderá ser usado para escoar a produção da região.

A TAM Aviação Executiva (TAM AE), que recebe hoje, do governo estadual, a titularidade do hangar que abrigará o seu Centro de Serviços de Manutenção, no Aeroporto de Aracati, espera iniciar as operações do equipamento ainda este ano. Para isso, a empresa ainda busca a sua homologação junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e ao seu similar nos Estados Unidos, o FAA (Federal Aviation Administration). A base de operações no Aracati é a primeira da empresa fora de São Paulo.
“As regiões Norte e Nordeste do Brasil possuem 20% da frota de aviões atendidos pela TAM AE. Nossa expectativa é ampliar esses números em pouco tempo, uma vez que agora será mais fácil para os nossos clientes do Nordeste, Norte e da América Central terem acesso aos nossos serviços”, defende o presidente da empresa, Fernando Pinho, que destaca que aproximadamente 50% do faturamento da companhia provêm dos serviços de manutenção.
Com o novo centro, os clientes do Norte e Nordeste, assim como da América Central, proprietários de aeronaves da família de jatos e turbo-hélices da fabricante americana Cessna, não precisarão mais direcionar os aeromodelos para inspeções em Jundiaí, em São Paulo, podendo ganhar em tempo e em combustível fazendo os serviços em Aracati.

Contratações


Conforme a assessoria de imprensa da empresa, juntamente com o processo de homologação do centro, a TAM AE começará o processo de equipagem do hangar e de contratação de funcionários. “Os equipamentos e ferramental estão encomendados, mas sua entrega será posterior a entrega do hangar”, informa. Em sua fase inicial, o centro contará com 40 funcionários. “Com o crescimento da demanda de mercado, planejamos e estamos nos preparando para atingir nos próximos cinco anos um quadro de funcionários similar ao nosso centro de serviços em Jundiaí, que possui atualmente 175 funcionários”, diz.


A assessoria de imprensa informou que a empresa tem buscado preencher seu quadro funcional também com mão-de-obra local. “Como forma de conhecermos a mão de obra especializada em aviação existente no Ceará, realizamos este ano em Fortaleza um treinamento especifico com um grupo aproximado de 60 profissionais que detêm experiência ou em formação no setor. Durante o treinamento pré-selecionamos 30 profissionais, os mesmos já estão em contato com nossa área de Recursos Humanos para participarem do processo final de contratação”, adiantou.

O novo centro será capacitado, de acordo com a empresa, com um amplo portfólio de oficinas para efetuar todas as atividades relacionadas a inspeções programadas, não programadas, reparos e modificações de aeronaves executivas. Dentre as oficinas que estarão em operação, estão a oficina de motores, a elétrica (todos os serviços elétricos, eletrônicos e instalações nas aeronaves), a hidráulica (serviços hidráulicos, freios e rodas, aturadores), a de testes não destrutivos, a de baterias (serviços em baterias ácidas e alcalinas), a de aviônicos, a de estrutura (que envolvem reparos estruturais e instalações) e voos RVSM.

Por enquanto, os serviços serão para a linha Cessna Citation e Caravan, mas a expectativa é de que, em breve, estes sejam estendidos para todos os modelos da Textron Aviation. O Centro de Manutenção de Aracati ocupará uma área de 14 mil metros quadrados e, quando estiver em operação, poderá receber até 30 aeronaves simultaneamente. Com ele, a TAM AE torna-se a empresa com maior parque de manutenção de aeronaves executivas da América Latina.

Aracati: Setur terá projeto de expansão do Aeroporto

A entrada em operação do centro de manutenção da TAM Aviação Executiva em Aracati, segundo o secretário estadual de Turismo, Bismarck Maia, dá impulso à ampliação do aeroporto, que deverá ganhar mais importância ao longo dos anos. Já adiantando-se à futura demanda, ele informou que receberá, até a próxima terça-feira (30), o projeto de expansão do terminal portuário, em elaboração desde maio passado. O projeto prevê a expansão dos atuais 1.800 metros de pista para 2.400 metros e dos 30 metros de largura existentes para 45 metros. “Vai ficar do tamanho do de Fortaleza, consolidando-se como um aeroporto internacional”, informa o secretário. De acordo com ele, logo após receber o projeto, este será encaminhando à Secretaria de Aviação Civil (SAC), que já garantiu, segundo ele, recursos para a ampliação do terminal em parceria com o governo estadual. O valor das intervenções, explica, só será sabido com o projeto.

“Com o aeroporto de porte internacional e com a rodovia que ficará duplicada até Fortaleza, permitindo-se fazer o trajeto em pouco mais de uma hora – o que é o tempo que se tira do aeroporto de Guarulhos ao centro de São Paulo, por exemplo -, teremos em Aracati um novo polo”, defende Bismarck Maia.

Ele adianta ainda que o plano diretor do Aeroporto de Aracati já prevê a construção de um terminal de cargas, que, aponta, poderá ser utilizado para o escoamento da produção da região, como o camarão e a fruticultura dos perímetros irrigados do Apodi, Limoeiro do Norte e Baixo Jaguaribe.

Bismarck Maia acrescenta que a meta é garantir para o início do ano, o período de verão, voos charters para o novo aeroporto. “Nós já estamos em tratativas com as operadoras para viabilizar esses voos. E também tem o plano do governo federal de incentivar a aviação regional, o que vai ao encontro dos nossos planos de dinamizar aquele terminal aeroportuário”.

Centro de manutenção

O secretário também aponta que o novo centro de manutenção da TAM AE irá gerar impacto econômico significativo ao turismo do Aracati. “Por lei, todo avião que recebe manutenção deve ter esse processo acompanhado pelos comandantes. Como essa manutenção dure em média de 15 a 20 dias, isso vai gerar um novo perfil de turistas na região, que passam mais tempo do que os turistas de praia comuns, que ficam em média três a quatro dias. E este novo turista tem uma renda mais alta, o que gerará uma maior circulação de dinheiro no local”, diz.

Sérgio de Sousa
Repórter

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