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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Empresas-fantasmas pagaram avião


Brasília.  Três empresas-fantasmas ou sem capacidade financeira foram usadas para pagar o jato em que o então candidato à Presidência pelo PSB Eduardo Campos voava no dia do acidente que o matou, no dia 13, segundo reportagem exibida pelo “Jornal Nacional” ontem.

A lista de depósitos e pagadores foi entregue à Polícia Federal pelos antigos donos do avião, Alexandre e Fabrício Andrade, do grupo A. F. Andrade, de Ribeirão Preto.



Em depoimento à PF, eles contaram que o avião foi comprado por três empresários de Pernambuco: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Apolo Santana Filho e Eduardo Ventola.



Os pagamentos foram feitos por meio de 16 depósitos bancários, realizados em nome de seis empresas ou pessoas diferentes, totalizando R$ 1,71 milhão.



O “Jornal Nacional” mostrou que, entre as empresas, estão a peixaria Geovane Pescados, a RM Construtora, que funciona numa casa no Recife, e a Câmara & Vasconcelos, cuja sede é uma sala vazia.



Além do valor pago a AF Andrade, os empresários pernambucanos assumiram uma dívida de R$ 16 milhões com a Cessna. Ele indicaram duas empresas para substituírem o grupo de Ribeirão Preto no leasing com a fabricante do avião, mas elas não foram aprovadas, colocando o negócio em um limbo jurídico.



Suspeitas



O negócio envolvendo o jato passou a ser investigado pela Polícia Federal após a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontar dificuldades para identificar o real dono e o operador do avião durante a investigação do acidente ocorrido em Santos.



Apesar de ainda estar registrado na Anac em nome da AF Andrade, o jato já estava sendo usado por Campos em sua campanha presidencial desde maio.
A PF também investiga se o jato foi comprado com recursos de caixa dois de empresários ou do partido.



Segundo os donos da AF Andrade, Campos chegou a fazer um teste com o avião no dia 8 de maio, quando voou de Ribeirão Preto (SP) até Uberaba (MG), para visitar a Expozebu. Uma semana depois, João Carlos Lyra assinou o compromisso de compra da aeronave.



Nota do partido



O PSB afirmou ontem que o jato havia sido emprestado por João Carlos Lyra e Apolo Santana Vieira. A nota assinada pelo presidente da sigla, Roberto Amaral, foi a primeira manifestação oficial do PSB sobre a situação da aeronave.



Ainda de acordo com a nota, o PSB iria declarar à Justiça Eleitoral os gastos com o jatinho no fim da campanha, como permite a lei. “Pretendia-se proceder à contabilização ao término da campanha eleitoral, quando, conhecida a soma das horas voadas, seria emitido o recibo eleitoral, total e final”, diz trecho.



Dirigentes do PSB procurados disseram que não haviam assistindo ao “JN” e que não são obrigados a conhecer o histórico do avião.


http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/nacional/empresas-fantasmas-pagaram-aviao-1.1087388

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