Jerusalém. Os presidentes Shimon Peres, de Israel, e Mahmoud Abbas, da Palestina, aceitaram o convite feito ontem pelo papa Francisco para rezar pela paz no Vaticano. O encontro está marcado para 6 de junho. O presidente da Autoridade Palestina tinha pedido ao papa que participasse da busca de solução para o conflito com Israel. Peres saudou a iniciativa do papa de oferecer "a sua casa" a israelitas e palestinos para rezar pela paz, afirmando que "sempre apoiou qualquer iniciativa" como essa.
"Muitos constroem a paz dia a dia com pequenos gestos, muitos deles com sofrimento mesmo sem ter consciência disso. Aqueles que fazem parte da Igreja têm a obrigação de se tornar ferramentas para a paz, especialmente por meio das orações", disse Francisco.
Missa
Ainda ontem o papa iniciou a última etapa de sua visita ao Oriente Médio, ao pousar seu helicóptero em Israel e rumar dali até a cidade de Jerusalém. Pela manhã, ele celebrou uma missa diante da Igreja da Natividade, em Belém, onde a tradição acredita ter nascido Jesus Cristo. O pontífice havia estado na Jordânia no dia anterior.
Ao chegar a Israel, Francisco reiterou seus pedidos para que o governo israelense e a Autoridade Nacional Palestina consigam estabelecer um acordo de paz. Ele admitiu que essa construção "pode ser difícil", mas disse que "viver sem paz é um sofrimento". Na missa, ele falou sobre a importância da defesa da infância, considerando que as crianças são o "diagnóstico" do estado de saúde das famílias e das sociedades. O pontífice pediu proteção aos pequenos.
O desejo papal vem um mês após as negociações entre Israel e palestinos terem desmoronado, devido ao constante atrito entre as duas partes.
Antissemita
O papa Francisco condenou também o ataque do último sábado em Bruxelas, na Bélgica, onde quatro pessoas foram mortas, incluindo dois israelenses. Ele referiu-se aos assassinatos como um "crime de ódio antissemita".
O bispo de Roma rezou uma missa na Igreja do Santo Sepulcro, que celebrou os 50 anos do aperto de mãos entre um papa e um patriarca ortodoxo. O evento na noite de ontem foi apresentado como a razão de sua peregrinação à Terra Santa.
A viagem de três dias à Terra Santa deve ser encerrada ainda hoje após uma visita a um memorial do Holocausto, ao Muro das Lamentações e à região da mesquita de Al-Aqsa. O papa Francisco voa de volta a Roma no fim desta tarde.
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