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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Banco dos Brics deve se consolidar no encontro

Como ponto alto da próxima cúpula do Brics, prevista para os dias 15 e 16 de julho deste ano, em Fortaleza, o embaixador José Alfredo Graça Lima, subsecretário-geral de assuntos políticos do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, aponta a provável consolidação de um banco de desenvolvimento, que vem sendo chamado de Banco dos Brics, iniciando, assim, a terceira vertente de cooperação do grupo. A anuência para sua criação foi dada pelos cinco países integrantes, em Durban, na África do Sul, ainda em 2013, quando da realização da V cúpula.

"Estamos em um estágio de negociação avançado, e o banco deverá ser constituído aqui em Fortaleza, durante o próximo encontro dos chefes de Estado, com a provável definição de sua sede, de seu presidente, da contingência das reservas, dentre outros detalhes relativos ao projeto", declarou o embaixador sem ainda adiantar o valor dos aportes, embora discuta-se um capital inicial de US$ 50 bilhões e um Fundo de Reservas de US$ 100 bilhões.
Desenvolvimento
De acordo com Graça Lima, a principal diretriz da nova instituição financeira será a indução do desenvolvimento inclusivo e sustentável, com o banco agindo de forma independente em relação às estratégias nacionais de cada país integrante.
"Queremos operar a baixo custo e oferecer crédito a condições competitivas, resultando em ações em prol da população dos países-membros", afirmou.
Novas categorias
Ainda segundo adiantou o embaixador brasileiro, estuda-se também a abertura de novas categorias para outros sócios do banco, embora o controle acionário permaneça com os cinco Estados integrantes do Brics. Conforme disse, ele deverá viajar agora em maio às capitais da Rússia, Índia, China e África do Sul a fim de ultimar detalhes substantivos relativos ao próximo encontro dos chefes de Estado, assim como colherá as primeiras impressões dos parceiros acerca dos documentos que estão sendo elaborados para serem assinados na VI Cúpula.
Atualmente, explica José Alfredo Graça Lima, o Brics representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e reúne mais de 40% da população global, reforçando, assim, a sua importância no contexto internacional. (ADJ)
Ministro não considera que países perdem força
São Paulo. Em encontro recente, os chanceleres do Brasil e da China discordaram de análises recentes feitas em fóruns internacionais que apontam que os países emergentes vão passar por um processo de crescimento mais baixo ao longo deste ano.
"Os países desenvolvidos publicam análises de que os emergentes estariam perdendo dinâmica e força e também importância na economia mundial".
" Nós concordamos que essas análises são equivocadas, pois países do (hemisfério) Sul apresentam dinâmicas de crescimento muito diferentes dos países do Norte", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, ao lado de Wang Yi, ministro de Negócios Estrangeiros da China.
Os últimos estudos feitos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e pelo Banco Mundial apontaram que o crescimento do Brasil não deve ultrapassar 2%, em 2014. Essa duas instituições acreditam também que a normalização da política monetária nos Estados Unidos tende a atrair fluxos de capitais para os países desenvolvidos e fizeram advertências de que muitas nações emergentes devem realizar reformas para conter déficits fiscais e ampliar os investimentos, especialmente em infraestrutura para obter maior crescimento.
Na frente
Para Figueiredo, porém, os países do Sul e especialmente os membros dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) seguem capitaneando o crescimento mundial nos últimos anos. Ele ressaltou que, após a crise financeira internacional de 2008, o crescimento ocorreu em taxas maiores nos emergentes do que nos desenvolvidos.
CE tem chance de estreitar laços e ganhar mercados
A VI Conferência da Cúpula do Brics, que acontece em julho, no Centro de Eventos, será uma grande chance para o Ceará estreitar laços com os países emergentes que fazem parte do bloco econômico, principalmente no que diz respeito ao comércio exterior. A afirmação foi dada ontem pelo economista e diretor técnico do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Adriano Sarquis.
"Apesar da China ser um dos nossos principais parceiros comerciais, no geral o Ceará ainda possui uma fraca relação com os países-membros do Brics. No entanto, o Estado estará em evidência em julho e isso é uma oportunidade para se aproximar mais desses mercados. Há espaço para uma ampliação", disse Sarquis durante o seminário prévio da Conferência da Cúpula do Brics, que ocorreu na Universidade de Fortaleza (Unifor).
Como exemplo dessa fraca relação, Sarquis explicou que o Ceará não exporta frutas - um de seus principais produtos - para nenhum país que compõe o Brics. "Nem para a China nós vendemos. Existe um problema logístico, assim como acontece com a Rússia. Talvez se transformássemos as frutas em suco isso seria mais viável", opina.
O economista também destacou ontem o déficit da balança comercial cearense, que alcançou US$ 313,6 milhões no acumulado de janeiro a março deste ano. Segundo ele, isso não é tão ruim quanto aparenta, já que o crescimento das importações se deve à chegada de bens de capital que irão compor a produtividade do Estado no futuro, como equipamentos para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). "Porém, isso também mostra que as exportações têm muito a evoluir", argumenta.
Nordeste
Quem também participou do seminário de ontem foi o técnico do Banco do Nordeste (BNB) e professor da Unifor, Raimundo Evangelista. Segundo ele, quem também precisa se aproximar dos países-membros do Brics é o Nordeste em geral, já que as exportações regionais vêm crescendo abaixo da média nacional.
"O Nordeste já respondeu por 22% das exportações brasileiras, mas hoje esse índice é de 8%. Vejo na África do Sul um bom parceiro para mudar esse cenário, já que o continente em geral fica próximo da região e foi o que mais cresceu nas últimas duas décadas", explica.
Áquila Leite
Repórter


http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/banco-dos-brics-deve-se-consolidar-no-encontro-1.1005223


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