Itapipoca,
Trairi, São Gonçalo, Icapuí e a Amontada foram os municípios selecionados pelo
governo federal
Fortaleza.
A aquicultura do Estado do Ceará está prestes de passar por uma verdadeira
transformação. A ideia é aproveitar o potencial marítimo do litoral cearense
para esse tipo de produção. O governo federal pretende implantar 43 parques
aquícolas já a partir deste ano em 45 mil hectares já mapeados. Quem está em
Fortaleza, para trazer a novidade, é a própria secretária nacional de
Planejamento e Ordenamento, do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Maria
Fernanda Nince.
O
Ceará já é destaque na produção do pescado em água doce FOTO: HONÓRIO BARBOSA
Segundo
ela, serão beneficiados cinco municípios cearenses: Itapipoca, São Gonçalo do
Amarante, Icapuí, Amontada e Trairi. "Serão 43 parques não muito grandes,
mas que ocuparão juntos a soma de 35 mil hectares para cultivo de peixe e 10
mil hectares para algas", especifica, ressaltando que esses 45 mil
hectares representam mais da metade do total (81 mil hectares) trabalhado no
Brasil, atualmente.
Também
hoje a secretária se encontrará com especialistas da ´Fundación Chile´ para a
possível formalização de parcerias em Pesquisa e Desenvolvimento e prestação de
serviços, entre os dois países, na área.
Condições
naturais
Ela
reforça que o Estado do Ceará tem um potencial enorme para a implantação dos
parques aquícolas. A produção estimada pelo MPA é de 12 toneladas/ hectare em
um ciclo com durabilidade de um ano.
A
secretária diz que existe uma experiência bem sucedida em Santa Catarina de
parque aquícola marítimo no País. Além disso, outras unidades da Federação
receberão investimentos do governo federal. São eles Paraná, Rio Grande do
Norte, Maranhão, Pará e Sergipe. Mas o Ceará, conforme Maria Fernanda, é o que
apresentará maior número de parques.
"Um
conjunto de fatores ambientais e de envolvimento de entidades no Estado
justifica esse investimento aqui. A qualidade das espécies existentes,
temperatura ideal, e a parceira com órgãos locais, entre eles, o Instituto de
Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC)",
explica a representante do MPA.
A
secretária acrescenta que a economia local desses municípios deverá receber um
forte impulso. "O potencial para o cultivo é bem grande. A gente pretende
gerar emprego para um público-alvo diretamente relacionado de 40 mil pessoas no
projeto", ressalta a secretária. O Ceará já é reconhecido pela sua
produção aquícola e m água doce, sobretudo, no Açude Castanhão, o maior do
Estado, com produção de tilápia, que tem projeção de produção de 32 mil
toneladas de pescado por ano, gerando, de forma imediata, 800 empregos.
Ela
revela que a alga a ser cultivada chama-se Glacilária, indicada para
alimentação e indústria química, mais precisamente utilizada no setor de
cosméticos. Dentre as espécies de peixes, os previstos são beijupirá e cioba.
"Mas o estudos do Labomar devem apontar uma quantidade maior de espécies a
serem trabalhadas dentro dos parques no litoral cearense", antecipa a
secretária nacional do MPA.
De
acordo com a secretária, os recursos serão oriundos do orçamento do Ministério.
"Os custos serão por etapas. As fases iniciais sempre começam com estudo
ambiental, que nos dá a garantia de que a área será boa para produção, com
garantia sustentável", conta.
Maria
Fernanda salienta que cada etapa gira em torno de R$ 1 milhão, e que o
principal custo é de sinalização náutica da área delimitada. "Os estudos
já foram realizados junto ao Labomar. O próximo passo será o aval da Capitania
dos Portos. Esse passo é importante para que tenhamos a primeira conversa do
licenciamento ambiental com a Semace. Os locais já foram identificados pelo
levantamento do Labomar, mas podem ser necessários ajustes", diz Fernanda,
mostrando-se confiante em relação ao andamento da burocracia.
Ela
estima que, ainda neste ano, seja possível a inauguração do primeiro parque
aquícola marinho no Ceará. "Nossa interlocução com prefeituras, governo
estadual e demais entidades envolvidas está sendo muito boa. Esse processo até
a licitação deve correr com celeridade. E nos próximos três meses podemos estar
publicando algum tipo de seleção pública para que possam aderir ao
programa", resume a secretária.
Segundo
ela, a prioridade da iniciativa é beneficiar os pequenos produtores.
"Nosso objetivo inicial é atender à demanda reprimida do pequeno pescador
e empreendedores individuais. O foco são os empreendimentos sociais, mas vai
existir uma reserva para empreendimentos comerciais. O custo nesse caso será do
próprio investidor", explica.
Por
municípios
Ela
também detalha a parte do investimento dedicada a cada um dos cinco municípios
cearenses envolvidos na iniciativa. Icapuí terá a maior área de cobertura (16
mil ha), distribuídos em oito parques marinhos sendo 4,7 mil hectares
destinados exclusivamente para as algas, o maior espaço dentre todas as demais
cidades litorâneas.
O
município de São Gonçalo do Amarante terá sete parques com 1,8 mil ha.
Itapipoca, por sua vez, terá a maior quantidade de parques aquícolas do Ceará
(dez, no total), em uma área de 6,4 mil ha. Amontada e Trairi terão,
respectivamente, 11,2 mil ha e 12,5 mil ha, com nove parques cada um.
Mais
informações
Ministério
da Pesca e Aquicultura
http://www.mpa.gov.br/
Telefone:
(61) 2023-3000
Fax:
(61) 3218-3732
ILO
SANTIAGO JR.
REPÓRTER
Copilado
do Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário