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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

RETROSPECTIVA 2012: Reveja os principais fatos políticos que marcaram o ano


Dois mil e doze foi um ano importante e vergonhoso para a política no Brasil. Ano em que o Congresso Nacional esvaziou por conta das eleições municipais e o Supremo Tribunal Federal ganhou destaque com a aprovação de projetos polêmicos e importantes, como a Lei da Ficha Limpa e o julgamento da constitucionalidade do sistema de cotas raciais em universidades públicas, que reserva 50% das vagas para estudantes negros, pardos e índios. A aprovação da Ficha Limpa, projeto de iniciativa popular com um milhão e 300 mil assinaturas, foi uma decisão histórica.
A avaliação é do juiz de direito do Maranhão, Márlon Reis, um dos idealizadores da Lei e fundador do movimento de combate à corrupção eleitoral.

"Pela primeira vez, os tabus que amarravam e agrilhoavam a legislação eleitoral brasileira foram rompidos, como por exemplo o mito do princípio da presunção de inocência e do princípio da irretroatividade e outros princípios que vinham impedindo a lei de atuar como deve, cumprindo o seu papel de tornar afastados dos processos eleitorais aqueles que obviamente não ostentam nenhuma capacitação ética para se apresentar como candidato."

O Supremo também aprovou o aborto de anencéfalos, fetos que não desenvolvem completamente o cérebro e a parte superior do crânio. Os bebês que nascem com essa má formação vivem por apenas algumas horas. Mas, sem dúvida, o grande destaque foi o julgamento do Mensalão, escândalo de compra de apoio político no governo Lula. Vinte e cinco réus foram condenados a penas de prisão e multa. Entre eles, Marcos Valério, apontado como operador do esquema, e o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Três deputados perderam o mandato. Para a professora de direito penal da USP, Janaína Paschoal, o julgamento representou um divisor de águas.


"Eu vejo como um divisor de águas na história do Brasil. Não está tendo caça às bruxas, não está tendo perseguição. Ele está mostrando que a lei é realmente para todos."

Se o Supremo se impôs e mostrou serviço, o Congresso Nacional, por outro lado, deu vexame em 2012. No último dia antes do recesso, os parlamentares tentaram votar 3059 vetos presidênciais em apenas um dia, trabalho acumulado há 13 anos. Isso porque o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux decidiu que o veto presidencial da lei dos royalties do petróleo só poderia ser apreciado depois que o Congresso votasse em ordem cronológica todos os 3.059 dispositivos vetados que estão na fila. O veto da presidenta Dilma Rousseff atendeu à reivindicação dos principais estados produtores de petróleo, o Rio de Janeiro e Espírito Santo. O artigo vetado reduzia a parcela de royalties a que os estados produtores tem direito dos contratos em vigor e ampliava a dos estados não produtores. Por causa da polêmica, o Congresso decidiu adiar a votação do orçamento de 2013 para o ano que vem. O relator do Orçamento, senador Romero Jucá, disse que a medida prejudica o povo brasileiro.


"É um prejuízo para o país, para os brasileiros porque isso retarda os investimentos. Portanto, retarda a criação de empregos, retarda o ritmo de crescimento do PIB brasileiro."

Depois de mais de uma década de discussões, o Congresso aprovou e a presidenta Dilma sancionou, com alterações, o texto do novo código Florestal. A lei regulamenta o uso de terra e estabelece novas regras para os produtores rurais. O tema deu trabalho à presidenta, que também teve dificuldades para aprovar a Lei Geral da Copa do Mundo. Outras matérias ainda estão em aberto no Congresso, como o Fundo da Previdência dos Servidores Públicos. Problemas ambientais dominaram o debate nacional durante a Conferência Rio + 20. O encontro terminou com um texto tímido e pouco ambicioso. Na avaliação da presidenta Dilma Rousseff, um ponto de partida.

"Um país como o Brasil que recebeu a missão de organizar uma conferência entre as partes que envolvem mais de 190 países é responsável por construir o consenso possível. O consenso possível é um ponto de partida, não é um ponto de chegada."

Para tentar impulsionar a economia do país em 2012, o Governo Federal anunciou diversas medidas. Foram privatizados os aeroportos brasileiros de Guarulhos, em São Paulo, Viracopos, em Campinas, Brasília, Confins, em Minas Gerais, e Galeão, no Rio de Janeiro. O IPI, Imposto sobre Produtos Industrializados para carros foi reduzido três vezes.. Para baixar os juros, o governo mudou o rendimento da poupança.

Silaine Bohry

Fonte: Agência do Rádio

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