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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Governo e BC devem ditar câmbio


O temor de uma inflação maior parece ter feito o governo voltar atrás na política para o avanço do preço do dólar.

Não conte com uma mobilidade da cotação do dólar, para cima ou para baixo, apenas como resposta aos termos de troca - a relação entre preços de exportações e preços de importações - como é próprio de regimes de câmbio flutuante. O governo, com medidas administrativas, e o Banco Central (BC), com ações diretas no câmbio, tendem a continuar ditando o rumo das cotações do dólar.As decisões mais recentes do Banco Central sugerem uma tentativa de acomodação dos preços de venda do dólar em R$ 2,05.


 FOTO: AGENCIA REUTERS


As decisões mais recentes - para facilitar o ingresso de dólares - combinadas com os leilões de contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda de dólar), pelo BC, sugerem uma tentativa de acomodação dos preços de venda em R$ 2,05, e não mais em torno de R$ 2,10, como se desenhava na segunda quinzena de novembro.

O temor de que o real desvalorizado jogue mais lenha na fogueira da inflação parece ter feito o governo voltar atrás (a desvalorização do real contribui para pressionar a inflação) na política de induzir e até estimular o avanço do preço do dólar para beneficiar e tornar mais competitivo o setor industrial. Ao longo de 2012, três fontes básicas de pressão, algumas controladas pelo BC e outras não, empurraram o dólar para cima: insegurança dos investidores com a persistente crise econômica internacional, medidas adotadas pelo governo para desvalorizar o real e estimular a indústria, além da redução da taxa básica de juros, que tornou a remuneração da renda fixa doméstica desinteressante para o capital estrangeiro.

Nos últimos dias, a mão pesada do BC esteve em ação no câmbio, com uma bateria de leilões de swap cambial que levou o mercado a encerrar 2012 com a impressão de que o BC pretende virar o ano com a cotação abaixo de R$ 2,05 e iniciar 2013 mais perto de R$ 2,00.O dólar nesse nível destoa do câmbio desvalorizado e competitivo para o estímulo à indústria, considerada uma das pernas da nova matriz macroeconômica com que o governo pretende fortalecer o crescimento da economia.

Inflação

Essa ideia teria sido precocemente abortada por causa dos sinais de teimosia da inflação. O IPCA-15, índice calculado pelo IBGE que antecipa a inflação oficial medida pelo IPCA, chegou a 0,69% em dezembro e fechou o ano com variação acumulada de 5,78%, bastante acima da meta de 4,5% perseguida pela política de juros do BC. Como se presume que, mesmo com a inflação em alta, a taxa básica de juro será mantida em nível baixo, 7,25% ao ano, durante longa temporada, o governo deve fortalecer a vigilância no câmbio.

Cotação

2,10 reais era o valor que se desenhava, na segunda quinzena de novembro de 2012, para o preço de venda do dólar, o que já apresentou mudanças 

Copilado do Diário do Nordeste

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