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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Nova pesquisa revela progresso lento no combate à desigualdade entre os sexos


A sétima edição do Relatório Global de Desigualdade entre os Gêneros 2012 (Global Gender Gap Report 2012), documento publicado anualmente pelo World Economic Forum, traz os países nórdicos no topo da classificação: Islândia, Finlândia, Noruega e Suécia alcaçaram mais de 80% em seus níveis de igualdade entre homens e mulheres. Por outro lado, nas últimas posições, a lista apresenta países que ainda precisam diminuir suas diferenças entre os sexos em 50% ou mais.


 Apesar de apontar uma melhoria global, o progresso tem se mostrado lento, com mais da metade dos países estudados demonstrando menos de 5% de melhorias em desigualdade econômica nos últimos sete anos.

O relatório classifica países quanto à sua capacidade de reduzir a desigualdade entre os sexos em quatro áreas principais: saúde e sobrevivência, acesso à educação, participação política e igualdade econômica. Nas áreas de saúde e educação - embora ainda existam desigualdades graves em países como Paquistão, Etiópia, Iêmen e Benim - as 135 economias analisadas demonstram forte progresso global ao eliminarem 96% da desigualdade em saúde e 93% da desigualdade em educação.
Top 20 2012 2011
Islândia 1      1

Finlândia 2   3

Noruega 3     2

Suécia 4        4

Irlanda           5          5

Nova Zelândia 6      6

Dinamarca    7          7

Filipinas        8          8

Nicarágua 9  27

Suíça 10       10

Holanda        11       15

Bélgica 12     13

Alemanha     13       11

Lesoto            14       9

Letônia          15       19

África do Sul            16       14

Luxemburgo 17       30

Reino Unido 18       16

Cuba  19       20

Áustria           20       34


A desigualdade econômica entre homens e mulheres em nível global, por exemplo, está atualmente em 60%. Na política, a distância de representatividade entre os sexos sofreu redução de apenas 20%. Em longo prazo, isso reflete uma melhoria na situação econômica das mulheres em um terço dos 135 países analisados, incluindo as quatro maiores economias globais: EUA, China, Japão e Alemanha. Entretanto, o progresso tem sido lento, com apenas nove países apresentando melhorias superiores a 10% durante os últimos sete anos e 75 países com melhorias inferiores a 5%.

Os dados sugerem uma forte correlação entre os países mais bem-sucedidos na eliminação da desigualdade de gêneros e aqueles mais competitivos do ponto de vista econômico.

“A chave para o futuro de qualquer país e instituição é sua capacidade de atrair os melhores talentos”, disse Klaus Schwab, Fundador e Presidente Executivo do World Economic Forum. “No futuro, o talento será mais importante do que capital ou qualquer outra coisa. Desenvolver a dimensão do gênero não é apenas uma questão de igualdade; é a porta de entrada para o sucesso e a prosperidade em um mundo cada vez mais competitivo”.

“Seis dos 10 países com melhor desempenho no Índice de Competitividade Global (weforum/gcr) deste ano também estão no top 20 do Índice Global de Desigualdade de Gênero. Para os países que já investiram nas áreas de saúde e educação para mulheres, isso demonstra o quanto é fundamental expandir as ações para as dimensões econômicas e políticas. Para aqueles que ainda não investiram nestas duas últimas áreas, mostra a necessidade de fazer isso antes que suas economias piorem ainda mais”, afirma Saadia Zahidi, Diretora Sênior e responsável pelo Programa de Mulheres Líderes e Paridade de Gênero no World Economic Forum e coautora do relatório.


Brasil

O Brasil aparece em 62º lugar, logo acima da Colombia, apresentando um aumento significativo em sua classificação geral (em 2011 sua posição foi 82). O resultado reflete melhorias na educação primária e no percentual de mulheres em cargos ministeriais (de 7% para 27%). A posse da presidente Dilma Rousseff aumenta ainda mais a pontuação geral do país. Na América Latina, o Brasil se destaca como um dos três países que têm fechado o hiato entre os gêneros tanto no acesso aos serviços de saúde quanto na educação.

Análise regional
No ranking deste ano, a Europa mais uma vez domina o top 10, com a Islândia mantendo a primeira colocação com as melhores pontuações em permanência escolar e poder político, seguida por Finlândia, Noruega, Suécia e Irlanda, respectivamente. Em seguida vêm Dinamarca (7) e Suíça (10). Itália, Grécia (82) e Turquia (124) ocupam as posições mais baixas.

Na América do Norte, os Estados Unidos caíram cinco posições e ficaram na 22ª colocação devido à menor porcentagem de mulheres em cargos políticos responsáveis por decisões. Enquanto isso, a Nicarágua é a campeã da América Latina, ocupando a 9ª posição no ranking global.

O país asiático com melhor colocação no ranking são as Filipinas (8), sobretudo devido ao êxito em saúde, educação e participação econômica. A China, penúltima colocada no subíndice de saúde e sobrevivência (132) devido à distorção da proporção entre gêneros no nascimento, teve pontuações altas em termos de participação da mão de obra feminina (74%). Japão (101) e Coreia do Sul (108) estão entre as economias da OCDE com as colocações mais baixas. A Índia (105) é a economia dos BRICs com colocação mais baixa. O Paquistão está entre os 10 últimos países, principalmente devido à desigualdade no ensino primário, secundário e alfabetização.

No mundo árabe, os Emirados Árabes Unidos (107) mantêm a posição mais alta com índices acima da média de participação econômica feminina e paridade na educação, incluindo uma inversão na desigualdade de gênero no ensino superior, com quase três vezes mais matrículas de mulheres do que de homens. A Síria – cujos dados foram coletados antes da insurreição da guerra civil – caiu três lugares e ficou em 132ª, depois da Arábia Saudita (131), que apresentou melhoria de quase 10% em relação à sua pontuação em 2006. O Iêmen (135) permanece o país do mundo árabe com colocação mais baixa, a despeito do progresso feito desde 2006.

O país da África Subsaariana com melhor colocação é o Lesoto (14). Ele perdeu cinco posições devido a reduções na igualdade de salários para trabalhos similares e nas estimativas de renda recebida, mas permanece o único país da região que reduziu a desigualdade de gênero nos subíndices de permanência escolar e saúde e sobrevivência. No top 20, o Lesoto é acompanhado pela África do Sul (16), enquanto Mali (128), Costa do Marfim (130) e Chade (133) ocupam as últimas colocações.

“A desigualdade de gênero pode ser eliminada com as políticas certas. Conforme os países experimentem escolhas políticas nesta área, eles devem compartilhar as lições aprendidas com a experiência para acelerar o progresso”, diz a coautora Laura Tyson S. K. e Angela Chan, Professora de Gestão Global na Haas School of Business da Universidade da Califórnia em Berkeley, EUA.

“Nos países onde as mulheres têm mais escolaridade do que os homens, a linha de frente da mudança agora é tornar o casamento e a maternidade compatíveis com uma maior participação das mulheres nas áreas econômica e política”, disse o coautor do relatório Ricardo Hausmann, Diretor do Centro para o Desenvolvimento Internacional da Universidade de Harvard.

Notas aos Editores
O índice do Global Gender Gap Report avalia 135 países que representam mais de 93% da população mundial e determina o quanto os recursos e oportunidades estão bem divididos entre as populações feminina e masculina. O relatório mede o tamanho da desigualdade social em quatro áreas:

•          Participação econômica e oportunidades – salários, participação e empregos de alta qualificação
•          Educação – acesso aos níveis básicos e superiores de educação
•          Poder político – representação em estruturas que envolvam tomada de decisões
•          Saúde e sobrevivência – expectativa de vida e proporção entre os sexos

As pontuações do índice podem ser interpretadas como a porcentagem de redução da desigualdade entre mulheres e homens. Destes países, 111 são acompanhados desde a primeira edição do relatório, há seis anos. Treze das 14 variáveis usadas para gerar o índice vêm de indicadores de dados substanciados, disponibilizados ao público por organizações internacionais como a Organização Internacional do Trabalho, o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde.

Pelo segundo ano consecutivo, o relatório abrange novos dados de uma pesquisa de ministérios de mulheres que analisa o uso das políticas nacionais voltadas a facilitar a participação da mão de obra feminina em 74 países. Aetna, Alcatel-Lucent, Bahrain Mumtalakat Holding Company, Burda Media, Clifford Chance, The Coca-Cola Company, Ernst & Young, HCL Technologies, Heidrick & Struggles, Manpower Group, McKinsey & Company, NYSE Euronext, Nomura Holdings, The Olayan Group, Omnicom Group, Renault-Nissan Alliance e Takeda Pharmaceutical são Community Partners (Parceiros Comunitários) do Women Leaders and Gender Parity Programme do World Economic Forum.

Fonte : Maxpress

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