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domingo, 30 de setembro de 2012

O que está ruim poderia ser pior sem os avanços


Investimentos diversos reduzem o poderio corrosivo da estiagem, que já foi muito maior no passado

Imagine a quinta maior seca nos últimos cem anos, conforme informações da Funceme, sem o canal do trabalhador, Castanhão, programas de transferência de renda do governo federal, renegociações de dívidas com os agricultores, garantia safra, bolsa estiagem, e, finalmente, dos arcaicos mas bem-vindos carros-pipas.


As ações ainda não são suficientes para superar o impacto da falta de chuvas, mas já são superiores a outros anos. Um alento para o sertão e a Capital FOTO: Alex Costa

De acordo com o titular da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins, a mescla de medidas emergenciais com ações estruturantes tem amenizado o sofrimento no campo, e, por conseguinte, o efeito disso em Fortaleza. "O programa Brasil Carinhoso, por exemplo, já reduziu em 48% a extrema pobreza no Ceará, mesmo em tempos de seca. Estão sendo investidos R$ 13 milhões em recuperação de poços, além dos novos feitos pela Sohidra. Estamos construindo 60 mil cisternas no Estado. E o Eixão das Águas e a transposição do Rio São Francisco vão garantir o fornecimento", assinala.

O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro, concorda. Para ele, os efeitos no Interior e na Capital também eram maiores em outros tempos. "Sofrimento existe, mas a gente não vê mais as invasões ao comércio nem aquele êxodo muito grande para a Capital", opina.

Créditos emergenciais, seguro safra, bolsa família, reservatórios de água, canais de transporte, perímetros irrigados, entre outras ações têm ajudado a reduzir impactos da seca FOTO: Reprodução

Mudança de foco

Na opinião do coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), do Curso de Pós-Graduação em Economia (Caen), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Carlos Manso, houve uma modificação no destino dos êxodos rurais. "Os mais importantes centros urbanos localizados no Interior estão recebendo parte dessas pessoas, que em outras secas vinha para Fortaleza ou outras capitais do País".

De acordo com Carlos Manso, a implantação de educação, pesquisa, e o que ele chama de estoque tecnológico no semiárido seria a melhor saída para o desenvolvimento naquela região, e, por consequência, da redução do impacto dos efeitos da seca também em Fortaleza. "O problema é que ainda estamos muito longe disso", reflete.

ILO SANTIAGO JÚNIOR


Copilado do Diário do Nordeste

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