Investimentos diversos
reduzem o poderio corrosivo da estiagem, que já foi muito maior no passado
Imagine a quinta maior seca
nos últimos cem anos, conforme informações da Funceme, sem o canal do
trabalhador, Castanhão, programas de transferência de renda do governo federal,
renegociações de dívidas com os agricultores, garantia safra, bolsa estiagem,
e, finalmente, dos arcaicos mas bem-vindos carros-pipas.
As ações ainda não são
suficientes para superar o impacto da falta de chuvas, mas já são superiores a
outros anos. Um alento para o sertão e a Capital FOTO: Alex Costa
De acordo com o titular da
Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins, a mescla de
medidas emergenciais com ações estruturantes tem amenizado o sofrimento no
campo, e, por conseguinte, o efeito disso em Fortaleza. "O programa Brasil
Carinhoso, por exemplo, já reduziu em 48% a extrema pobreza no Ceará, mesmo em
tempos de seca. Estão sendo investidos R$ 13 milhões em recuperação de poços, além
dos novos feitos pela Sohidra. Estamos construindo 60 mil cisternas no Estado.
E o Eixão das Águas e a transposição do Rio São Francisco vão garantir o
fornecimento", assinala.
O presidente da Confederação
Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro, concorda. Para ele,
os efeitos no Interior e na Capital também eram maiores em outros tempos.
"Sofrimento existe, mas a gente não vê mais as invasões ao comércio nem aquele
êxodo muito grande para a Capital", opina.
Créditos emergenciais,
seguro safra, bolsa família, reservatórios de água, canais de transporte,
perímetros irrigados, entre outras ações têm ajudado a reduzir impactos da seca
FOTO: Reprodução
Mudança de foco
Na opinião do coordenador do
Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), do Curso de Pós-Graduação em Economia
(Caen), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Carlos Manso, houve uma
modificação no destino dos êxodos rurais. "Os mais importantes centros urbanos
localizados no Interior estão recebendo parte dessas pessoas, que em outras
secas vinha para Fortaleza ou outras capitais do País".
De acordo com Carlos Manso,
a implantação de educação, pesquisa, e o que ele chama de estoque tecnológico
no semiárido seria a melhor saída para o desenvolvimento naquela região, e, por
consequência, da redução do impacto dos efeitos da seca também em Fortaleza.
"O problema é que ainda estamos muito longe disso", reflete.
ILO SANTIAGO JÚNIOR
Copilado do Diário do
Nordeste
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