Este foi o voto do
ex-deputado Paulo Romano que consolidou o pedido de impeachment do então
presidente da república Fernando Collor de Mello. Há 20 anos, o Brasil passava
por um momento que marcaria a história política do País. Fernando Collor de
Mello, primeiro presidente eleito em eleições diretas após a ditadura militar,
teve o pedido de afastamento do cargo aprovado pela Câmara dos Deputados. Isso
aconteceu durante a crise que começou em maio de 1992.
A denúncia de envolvimento
do ex-presidente em uma rede de corrupção e tráfico de influência, foi feita
por Pedro Collor, irmão do ex-presidente. No Congresso, foi aberta uma CPI para
apurar o caso. Em seguida, veio o pedido de impeachment.
Os estudantes e
manifestantes vestidos de preto e com os rostos pintados, saíram pelas ruas,
pedindo a saída de Collor da presidência – eram os Cara-pintadas. Um momento
que vai ficar na memória de quem viu e participou de tudo, como é o caso do
funcionário público, Bruno Torres, de 36 anos. Na época, com 16 anos, Bruno fez
parte do movimento. Ele enfatiza que as ações do movimento refletem até hoje no
País.
"Nós que fomos
Caras-pintadas estamos colhendo esse fruto, porque você hoje pode ver um País
que tem eleições com ficha limpa, você vê um tribunal hoje julgando um
mensalão. Tudo isso, acho que foi uma semente plantada há vinte anos atrás,
quando a gente teve coragem de ir para as ruas mesmo."
Para o cientista político da
Universidade de Brasília, UnB, Valdir Pucci, o impeachment serviu
principalmente para consolidar a democracia do País.
"A principal
importância do processo de impeachment para a democracia e para a política
brasileira foi justamente mostrar que a força das instituições recém
construídas da democracia do Brasil. Então dessa forma, o impeachment do Collor
foi uma prova de que as instituições foram capazes de enfrentar uma crise,
superá-la e consolidar a democracia no País."
Para não perder os direitos
políticos, Fernando Collor renunciou ao cargo. Mesmo assim, o ex-presidente
ficou impedido de exercer funções políticas, como se candidatar, por oito anos.
Em 2006, Fernando Collor de Mello foi eleito senador pelo estado de Alagoas,
onde ocupa o cargo até hoje.
Fonte: Agência do Rádio
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