As redes sociais, como o
Facebook, estimulam jovens escritores e leitores do Interior do Ceará a criar
os fóruns de discussão.
O que demonstra que o pensador da atualidade quer mesmo
encontrar os outros na tela do computador
Limoeiro do Norte. Quando o
sociólogo canadense Marshall McLuhan citou o conceito de "aldeia
global" e ficou famoso com o livro "O meio é a mensagem", ainda
não existia Internet, tampouco Facebook.
Mas é basicamente essa mesma noção que
rege essas ferramentas na atualidade e que fazem jovens escritores e pretensos
leitores do Interior criar fóruns virtuais sobre Literatura e Educação.
Neles, socializam links com
textos, fotografias e vídeos, ou simplesmente escrevem uma postagem sobre céu,
a terra ou o salário dos educadores. No mundo real, a aldeia global virtual tem
sido espaço de encontro num Interior cearense pobre em espaços físicos com a
mesma finalidade.
A calçada de casa, com as
cadeiras de balanço, também está na composição de uma rede social. As
bibliotecas também. O fato é que a cadeira balança menos, as bibliotecas
públicas, quando existem, são fontes específicas de pesquisa, e o pensador dos
dias de hoje quer mesmo é encontrar os outros na tela do computador.
A pedagoga Janine Freitas,
de Limoeiro do Norte procurava um espaço onde ela pudesse encontrar pessoas com
as mesmas reflexões sobre aprendizado e, sim, também indignações quanto aos
males sociais e naquilo que o Estado não contempla. Criou o grupo "Salvem
a professorinha", em que reúne, com novos e velhos amigos, textos sobre a
arte de educar.
"As conversas sobre o
tema são presentes no meu cotidiano por ser, atualmente, professora da rede
pública de ensino do Município de Fortaleza. Pensei nesse espaço, em especial,
aos meus pares, para refletirmos, discutirmos, expormos, experiências,
situações, eventos, as frustrações, as decepções, mas a esperança e entre
outras coisas relacionadas a essa linda, imprescindível profissão, mas tão
esquecida, tão abandonada até por quem mais precisa dela. Sim, ser professor é
um desafio, uma vocação, um direito, mas um projeto, coletivo, social",
diz Janine, que confessa tristeza quanto ao desinteresse e falta de motivação
de muita gente para discutir o tema.
Grupos literários
O Facebook também foi um dos
maiores meios para a mensagem da poetisa Milena Bandeira, graduada em Letras,
revisora de textos, blogueira e que, vez por outra, repassa ou recebe
informações e textos literários de escritores como Clarice Lispecto, uma de
suas favoritas.
"São muitos os grupos
literários com os quais nos deparamos na rede social. Acho um meio maravilhoso
de divulgação de literatura, principalmente, para os autores inéditos, que veem
a Internet como uma maneira de divulgar seus escritos, de ser lido. A nova
geração de escritores usa a rede para se conectar com seus pares, disseminando
sua arte e compartilhando textos que, provavelmente, jamais seriam lidos, não
fosse esse caráter interativo e cosmopolita dessa ferramenta" , afirma
Milena.
O leitor Cleber Seagal leu
Leonardo Boff e compartilhou uma das mensagens do autor: "Nenhum ser
humano é uma ilha, por isso não me perguntem por que os sinos dobram. Eles
dobram por cada um, por cada uma, por toda a humanidade". A estudante
Naiana Guimarães escolheu Lispector: "Sinto saudades do futuro/ que se
idealizado/ Provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser".
A finalidade é promover um
grupo que pense a Literatura. "Mas, quem quiser publicar notícias sobre
outras modalidades artísticas também pode", afirma o professor e sociólogo
Angelo Felipe Castro Varela, de Limoeiro, sobre o grupo Eurato e Euterpe, que
criou para reunir os que gostam de falar do tema. Felipe acredita na Internet
como "ferramenta poderosa e que as políticas educacionais devem observar e
equacionar didática e pedagogicamente esses grupos".
A rede social também foi um
dos maiores meios para a mensagem da poetisa Milena Bandeira, graduada em
Letras
Copilado do Diário do
Nordeste
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