Crato. Uma armadilha que auxilia no controle dos casos de
dengue foi elaborada e já está sendo implantada em algumas residências do
município de Crato. O equipamento que foi criado pelo biólogo cratense, Roque
Morais Brito Filho, tem a meta de ser instalado em todos os 28 municípios que
compõem a macro região do Cariri.
O
processo de fabricação das armadilhas é simples, visa apenas uma
"parceria" entre o mosquito Aedes Aegypti com o material de controle.
Por meio da ovo posição, o inseto coloca sua produção no equipamento e, então,
as larvas são eliminadas após um período de sete dias.
Lançamento
O
projeto da Estação Coletora de Larvas e Ovos do Aedes Aegypti (Ecloa) foi
lançado ainda em 2005. A
armadilha é composta de garrafas PET, pvc, tinta para piso preta, areia e pó de
madeira. Para a montagem do equipamento, a garrafa é seccionada horizontalmente
na parte superior, onde o cone cortado é invertido para o interior do cilindro,
a fixação é feita com ilhós.
Já
na tampa, há um dispositivo com uma abertura milimetricamente calculada, que
serve para que as larvas desçam até a água que fica armazenada na parte maior
da garrafa. Pronta, as armadilhas são agrupadas em engradados plásticos. A
inovação no controle a difusão do mosquito serve para centralizar as larvas,
facilitando a sua reprodução do mosquito, que será eliminado pelos usuários do
sistema, em cinco ciclos semanais.
Vetores
De
acordo com o biólogo, a vida média de uma fêmea do mosquito da dengue é de 30
dias. Com a eliminação da água existente no reservatório, a produção dos
vetores adultos também é extinta. Nas armadilhas, o mosquito é atraído pela luz
da evaporação da água que ocorre na parte superior. Este é o indicador da
existência do líquido limpo e também parado.
Cada
engradado plástico contém 15 unidades de coletoras de larvas e ovos do
mosquito. Elas são armadas juntas, para que a fêmea tenha o poder de dispersão
em um só local. Com isso, toda a produção das larvas é capturada. De acordo com
o inventor do projeto, nos locais onde as armadilhas são implantadas, o combate
ao mosquito não necessita da utilização de outros métodos, como os venenos,
larvicidas e adulticidas.
Diagnóstico
Inicialmente,
a proposta do inventor das armadilhas foi diagnosticar os principais focos do
mosquito, como forma de fiscalização da existência do Aedes Aegypti e dos
perigos que ele pode representar para a saúde do homem. No entanto, devido a
ausência de parcerias com as secretarias de saúde municipais, o Projeto Ecloa
ainda não foi implantado amplamente nas cidades.
Atualmente,
a implantação das armadilhas está sendo realizada por meio de solicitações dos
moradores das zonas onde ocorrem altos índices da dengue. A entrega do
equipamento é feita pelo biólogo, que já fabricou mais de cinco mil delas.
Eficácia
A
eficácia do projeto foi tão representativa que tomou proporção nacional. O
Ecloa foi largamente implantado na cidade de Serra, no Estado do Espírito
Santo. Lá, Roque Morais repassou a técnica de fabricação das armadilhas por
meio de oficinas, ministradas aos funcionários do Centro de Zoonoses local. Na
ocasião, foram confeccionadas 15 mil armadilhas. Para o inventor do projeto, o
sistema ainda não foi aceito em todo o País, devido aos grandes lobs das
multinacionais que vendem os venenos de combate ao vetor. Em cada engradado
plástico, o investimento é de apenas R$ 50.
Conforme
Roque, para monitorar as ações são necessários apenas agentes de endemias
capacitados. Ele explica que além de ser ecologicamente correto, o Ecloa não
tem alto custo para os cofres públicos e nem causa danos a população que o
utiliza.
Mais
informações:
Projeto
da Estação Coletora de Larvas e Ovos do Aedes Aegypti
Endereço:
Sítio Juá- KM 34
Distrito
de Ponta da Serra- Crato
Telefone:
(88) 3521.9130
Custo
50
reais é o valor do investimento em cada engradado plástico. A eficácia do
projeto foi tão representativa que tomou proporção nacional
YAÇANA
NEPONUCENA
REPÓRTER
Copilado
do Diário do Nordeste
Biólogo
Roque Morais Brito Filho foi quem criou o projeto. A armadilha possui garrafas
PET, pvc, tinta para piso, areia e pó de madeira FOTO: YAÇANA NEPONUCENA
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