Seja bem vindo...

Páginas

domingo, 27 de maio de 2012

Tempo médio na vaga é no máximo 20 meses


Jovens transitam entre vários setores e profissões conforme as oportunidades e as prioridades surgem.
Na fila de espera para ser atendida na unidade do no Sine/IDT no Centro, Luana Rodrigues aguarda sua vez para apresentar as cinco profissões para as quais busca uma vaga - promotora de eventos, recepcionista, vendedora, auxiliar de escritório e caixa. Pronta para aproveitar qualquer uma das oportunidades, permanece na expectativa pela carteira assinada.
Aos 26 anos, traz no currículo diversas ocupações, como balconista, depiladora e promotora de eventos. Os diversos ofícios, iniciados quando ela era ainda adolescente, foram ocupados e abandonados por uma série de motivos, a exemplo da jornada extensa de trabalho, que a impedia de dedicar-se à educação, e do desejo de ver a carteira assinada.
As mudanças frequentes de trabalho vividas por Luana compõem o cenário constituído por um fenômeno que tem ocorrido com mais intensidade, na Região Metropolitana de Fortaleza, nos últimos anos. Protagonistas desse processo, jovens transitam entre vários setores e profissões, conforme surgem novas oportunidades ou prioridades.
Segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o tempo médio de permanência de pessoas de 16 a 25 anos em cada trabalho é de 17 meses, no caso das ocupações cujo grau de qualificação do empregado é compatível com o posto. No caso dos ocupados considerados sobrequalificados, o número de meses aumenta para 20. Já no caso dos subqualificados, o tempo médio de permanência é de 15 meses. Os dados se referem ao biênio 2009-2010.
Na faixa etária de 26 a 60 anos, o tempo médio dos trabalhadores com nível de compatibilidade condizente com a qualificação, o tempo médio é de 71 meses, caindo para 64 meses no caso dos sobrequalificados e aumentando para 76 meses para os subqualificados.
Preocupação
Para o coordenador de Estudos e Análises de Mercado do IDT (Instituto de Desenvolvimento do Trabalho), Erle Mesquita, embora os dados mostrem que muitos jovens têm conseguido mudar para profissões melhores e demonstrado habilidade para exercer ocupações bem distintas, os resultados também geram preocupação. Segundo o pesquisador, tendo um período de permanência tão curto nos empregos pode acarretar problemas futuros aos trabalhadores, principalmente quanto à contribuição à previdência e na garantia de direitos trabalhistas. Alterando com frequência a profissão, indica, o jovem perde parte de sua "identidade" como trabalhador, tornando mais difícil o processo de qualificação. (JM)
Conforme Erle Mesquita, os números também apontam que muitos empreendimentos privados não têm oferecido aos trabalhadores condições adequadas de ocupação. Segundo o coordenador do de Estudos e Análises de Mercado do IDT, há cerca de uma década, quando setores que hoje estão em ascensão ainda não estavam aquecidos, os trabalhadores, devido ao menor leque de opções, aceitavam submeter-se a situações que envolviam baixa remuneração, jornadas de trabalho sem horário fixo - muitas vezes estendendo-se até os fins de semana -, baixa possibilidade de ascensão profissional, entre outros fatores.

Hoje, porém, afirma, o número maior de vagas faz com que a população tenha maior poder de escolha, podendo optar por condições melhores.

Desse modo, complementa, a afirmação de empresas de determinados setores de que não há mão de obra qualificada está relacionada à não aceitação de trabalhadores qualificados às condições oferecidas.

Ocupação

De acordo com estudo do Dieese, dos cerca de 350 mil jovens de 16 a 25 anos empregados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), 128 mil, estão ocupados no comércio - setor que mais emprega pessoas dessa faixa etária na região.

Em seguida, há o setor da indústria, que concentra 97 mil postos, sendo seguido por vagas em serviços administrativos, com 69 mil ocupações.

Segundo dados da Pesquisa do Emprego e Desemprego (PED) referentes a 2011, do total de empregados na indústria, na RMF, 23,4% são jovens, enquanto, no comércio, o percentual é de 23,3%.

Serviços e Construção

No setor de serviços, 18,6% dos ocupados pertencem à mesma faixa etária. Por sua vez, a construção civil tem 16,9% de seus empregados como jovens. (JM)
Condições mais adequadas pesam

Copilado do Diário do Nordeste


Nenhum comentário:

Postar um comentário