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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Venda de remédio é alvo de críticas


São Paulo. O setor de farmácias e drogarias reagiu negativamente à aprovação ontem, pelo Senado, de uma medida provisória que libera a venda de remédios que não precisam de receita em supermercados, armazéns e empórios.
"A medida é um grave risco à saúde do consumidor", avaliou Sérgio Mena Barreto, presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). "Se os supermercados querem vender remédios, eles podem abrir farmácias".



Para o bioeticista Volnei Garrafa, da Universidade de Brasília, a aprovação da venda de remédios fora da farmácia é um "retrocesso". "Em países com sistema de saúde rigorosos, como na Europa, as vendas são nas farmácias, que contam com farmacêuticos o tempo todo".



A medida está sendo "importada" de países como os EUA, que permitem a venda de medicamentos sem prescrição em supermercados. "Mas no Brasil temos uma disparidade socioeducacional muito grande. As pessoas poderiam acabar trocando a compra de frutas por vitaminas em cápsulas", disse.



Na opinião do presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva Jorge João, a liberação representa uma "irresponsabilidade". "O Brasil já tem um dos mais altos índices de automedicação do mundo. Com certeza, essa medida só irá agravar esse quadro", avalia.



A proposta de venda de remédios em supermercados foi inserida em um texto que tratava originalmente da desoneração de produtos para portadores de necessidades especiais e surpreendeu até quem é do setor. "Não conhecíamos essa discussão", disse Aurélio Saez, da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip). O texto agora será encaminhado para sanção da presidente Dilma Rousseff.

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