Condição coloca o Estado
como o quinto do Brasil com maior quantitativo de pessoas nessa situação
Outro dado que chama a
atenção quando se analisa o perfil do trabalho, do rendimento e ocupações no
contexto da economia estadual é com relação à categoria do emprego no trabalho
principal e da posição na ocupação.
De acordo com o documento
elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece),
com base no Censo de 2010 do IBGE, dos cerca de 2,12 milhões de pessoas
empregadas no Estado - 63% dos indivíduos com dez anos ou mais de idade com algum
tipo de ocupação -, enquanto 31,2% (1,05 milhão) possuem carteira assinada,
proporção bem próxima (28% ou 925,7 mil pessoas), não têm a carteira de trabalho
carimbada pelo empregador.
Maior índice nacional
No contexto da região, o
Ceará está na sexta posição entre os estados com maior percentual de
trabalhadores com carteira assinada, mas, por outro lado, é o quinto do País no
quantitativo de pessoas sem o documento de trabalho assinado, liderando ainda
com o maior índice (27,6%) de empregados nessa condição em todo o território
nacional.
Nordeste
Na verdade, comparando-se
todos os estados nordestinos, o índice de trabalhadores com carteira assinada
varia entre 20%, como no caso do Maranhão, a até 37%, a exemplo do Estado do
Rio Grande do Norte.
Na outra ponta, estão os
estados da região Sudeste, com índices superiores a 45%. Em São Paulo, por
exemplo, a proporção de trabalhadores com a carteira de trabalho assinada
alcança a casa dos 58%. Já a média nacional é de 44,5%.
Ao mesmo tempo, o percentual
de empregados sem esse documento assinado entre os estados do Sudeste varia
entre 13,8% e no máximo 18,8%.
Enquanto a média nacional é
de 26,5%, puxada pelos resultados apresentados pelas unidades da federação localizadas
no Nordeste do Brasil.
Causas estruturais
De acordo com o coordenador
da pesquisa do Ipece, Daniel Cirilo Suliano, a explicação tem causas
estruturais, aliada ao alto custo que ainda se tem para empregar no Brasil.
"O custo para empregar
no País ainda é muito alto. A legislação não ajuda a tirar da informalidade
esses trabalhadores sem registro, trazendo-os para a formalidade, argumenta.
"Falta flexibilização e para reverter isso seria necessária uma reforma
estrutural", afirma.
Conforme o estudo do Ipece,
de uma população de aproximadamente 7,11 milhões de pessoas, em 2010 no Ceará,
em torno de 3,64 milhões (somente 51%) estavam em idade ativa para o trabalho.
(ADJ)
No País
26,5% é a média nacional de
trabalhadores sem a carteira de trabalho assinada, inferior à apresentada pelo
Ceará
18,8% é o índice máximo
entre os estados do Sudeste com empregados sem o documento de trabalho
carimbado pelo patrão
Copilado do Diário do
Nordeste
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