A ministra disse que a CPI
terá o respeito do governo, que quer atuação "dentro da normalidade"
Brasília. A
ministra da secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou
ontem que o governo Dilma não tentará exercer controle sobre a CPI do
Cachoeira. A comissão parlamentar, que iniciou seus trabalhos, pretende
investigar a relação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, com agentes públicos e empresas.
"(O governo) não terá
controle, não terá nada. O governo respeitará como sempre esta prerrogativa do
Congresso" afirmou Ideli, que não quis responder se o Executivo teme eventuais
"respingos" das denúncias.
Segundo a ministra, o
Legislativo tem direito de "produzir investigações sobre fatos tão graves
como os que a cada dia vem nos surpreendendo".
Ideli disse que a CPI terá o
respeito e a confiança do governo, que espera que o trabalho seja "feito
dentro da normalidade". Em nota divulgada ontem pela Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República, a presidente Dilma Rousseff
negou que tenha tratado da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira
em conversa na quarta-feira com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante quatro horas, Dilma
se reuniu com Lula e os ministros da Educação, Aloizio Mercadante; da Fazenda,
Guido Mantega; e da secretaria-geral da presidência da República, Gilberto Carvalho,
no Palácio da Alvorada.
"Em momento algum o
tema ´Comissão Parlamentar Mista de Inquérito´ foi objeto das conversas
ocorridas na última quarta-feira em encontro da presidenta Dilma Rousseff com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva", informou a nota da Secretaria de
Comunicação Social. "A presidenta lamenta as versões em contrário
divulgadas por veículos de imprensa", citou o texto.
Ao participar ontem da
abertura de seminário no Palácio do Planalto, Gilberto Carvalho foi questionado
por jornalistas se a CPI foi assunto da reunião. "Não nos detivemos nesse
tema", disse Carvalho.
Também presente no Congresso
ontem, a coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a
ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse ontem que o ritmo das
licitações de novas obras não será afetado pelas investigações da CPI do
Cachoeira. As denúncias sobre as ações de Carlos Cachoeira envolvem a Delta,
que tem a maior parte de contratos do PAC.
Conselho de Ética
O senador Humberto Costa
(PT-PE), relator do processo contra o senador Demóstenes Torres (sem
partido-GO) no Conselho de Ética do Senado, disse ontem que não vai basear seu
relatório nas provas questionadas pela defesa do senador envolvido no esquema
de Cachoeira.
Costa teme que provas eventualmente
anuladas judicialmente possam prejudicar o processo. O relator promete
apresentar suas conclusões iniciais no dia 3 de maio mesmo sem receber a cópia
do inquérito das Operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal. No
relatório preliminar, Costa vai dizer se o conselho deve oficialmente abrir
processo para investigar Demóstenes.
A pedido do governador
Marconi Perillo (PSDB-GO), o advogado Carlos de Almeida Castro, o Kakay, pediu
que a Procuradoria-Geral da República (PGR) instaure inquérito para investigar
o tucano no caso Cachoeira.
Advogado de Perillo, Kakay
afirma que a decisão é "inédita" por ser sido solicitada pelo futuro
investigado, demonstrando que ele não tem nada a temer.
Copilado do Diário do
Nordeste on-line
Nenhum comentário:
Postar um comentário